Anna V. um dia sonhou salvar o planeta, salvar os animais, passar a vida num bote na Antártida entre os baleeiros e as baleias, brandindo um cartaz escrito Stop killing the whales!, ou pendurada numa grande chaminé de usina poluente acenando com Save the planet! para as câmeras.
O tempo passou, e Anna V. achou que talvez valesse mais a pena tentar salvar a sua própria espécie. Fez trabalhos voluntários, passou um tempo lendo para os cegos, pensou em se filiar a um partido de esquerda junto de um amigo (que também não se filiou e hoje é médico e dono de uma franquia de laboratório onde Anna V. faz todos os exames de Mathilde).
Mais tempo passou, e Anna V. concluiu que se conseguisse salvar a si mesma já era um feito e tanto.
Porém, alguém um dia disse que o menino é o pai do homem -- donde infere-se que a menina é a mãe da mulher --, e resquícios de todas essas épocas ainda vivem dentro da versão atual de Anna V. Por exemplo, Anna V. está adorando a moda das bolsas de pano para supermercado, tem várias e usa sempre, de modo a minimizar o consumo das sacolas de plástico.
Anna V. leu por aí que as fraldas descartáveis são grandes vilãs do meio ambiente. Ficou apavorada de saber que um único bebê gasta não sei quantas mil fraldas por ano, gerando mais de 100 quilos de plástico, e que cada uma delas leva não sei quantos mil anos para se decompor.
Anna V. sabe que existem as fraldas de pano (que ela, por exemplo, usou quando bebê), mas acha que a chegada de Mathilde já está de bom tamanho no que diz respeito a "mudança de estilo de vida". Além do quê, fraldas de pano provocam assaduras, vazam e precisam de alfinetes. Anna V. tem calafrios só de pensar. Então Anna V. foi pesquisar opções, como fraldas biodegradáveis, ecofraldas, fraldas meio-termo (parcialmente reaproveitáveis), mas só achou coisas assim fora do Brasil. Perguntou aos amigos ecologistas, escreveu até para o André Trigueiro, que sabe ser um jornalista sinceramente comprometido com a causa. Mas até ele escreveu dizendo que não sabia de nada parecido aqui no Brasil -- e que, caso eu descobrisse, contasse para ele.
Sem outras opções, vendo a data do chá-de-fraldas se aproximar, Anna V. recorre a seus fiéis leitores em busca de alternativas.
Alguém?
Em tempo: Anna V. resolveu inovar no quesito bolsa-para-carregar-tralha-de-bebê. Acha que esses modelos a tiracolo, normalmente de vinil, são muito bonitinhos mas ordinários e pouco práticos. Resolveu procurar uma mochila, o que, claro, achou nos EUA. Aliás, várias mochilas, inclusive designer diaper bags. (Anna V. tem um certo medo dos americanos, que produzem sites tão específicos como www.diaperbags.com e www.diaperbagboutique.com) Anna V. acabou de encomendar um modelo da DaisyGear. Não resistiu ao vídeo de demonstração (!) com todas as funcionalidades da mochila porta-fraldas.
19 comentários:
Por que não usar fraldas descartáveis só para as saidas?E não se iluda;elas provocam assaduras também.Esqueça os alfinetes se tem medo deles;use adesivos próprios para fraldas.Felicidades.
http://www.babyslings.com.br/fraldas_de_pano_web.htm
Ah! outra coisa: essa bolsa imensa para bebê a gente usa por muito pouco tempo. Até descobrir que leva uma mudança a tiracolo a cada saída, mas no fundo sempre só usa as mesmas poucas coisas, que cabem em qualquer bolsa menor ou até na nossa própria bolsa, se você for dessas mulheres que só usam bolsas enormes ou mochilas.
(pior fase no quesito carregamento de tralha: dos 6 meses até mais ou menos 1 ano - quando o bebê já saiu da amamentação exclusiva e ainda não come comida "normal"...)
Eu acho lindo ecologia e tals mas com bebe em casa e sem empregada meu conselho é fralda descartável!
Meu filho teve alergia a uma determinada marca de fralda e tivemos que passar quinze dias sem fraldas descartáveis... Trocar fraldas e enxugar xixi de 20 em 20 minutos não é todo mundo que aguenta, não!!! No final do dia eu estava exausta! E não sei até que ponto tirar as fraldas descartáveis e gastar água, energia e sabão, lavando as de pano, é melhor do que acumular lixo!
Angélica, a Joana usou ou usa essas fraldas desse site? Olhei lá e me pareceu dar um trabalho sobre-humano (mais mudanças de fralda durante o dia, lavar as fraldas, secar, passar). E, pegando carona no comentário da Liliane, o site indica os custos com energia, água etc., mas não conta o preço do tempo e do trabalho da mãe ou de quem quer que seja que cuide dessa parafernália!
Hahahahahaha, momento total grávida. Assim como você, eu também queria fralda de pano, parto natural, e tudo do bom e do melhor. Com o passar dos meses e diante da dificuldade que seria ter de fazer tudo sozinha com um bebê novo em casa (nunca tivemos empregada) optei pela fralda descartável. Eu também não conheço nem uma outra alternativa aí no Brasil.
Quanto ao parto, passei 7 meses de repouso mentalizando que eu ia ter parto natural mesmo sabendo da possível impossibilidade por causa do formato do meu útero. No final, deu tudo certo, tive parto normal, não foi "natural", mas já está louco de bom.
Bolsa. Usei uma da Kipling que ganhei de presente até a Estela fazer 1 ano e meio. Aqui o pessoal usa muito uma chamada Skip Hop. Atualmente uso mochila. É isso. Se cuida.
Oops, escrevi "nem uma" (nenhuma).
Anna, não usou não. Te indiquei porque você pediu. :)
Só descobri essas fraldas aqui no Brasil há pouco tempo, e a betina mesmo (do site que te mandei) só começou a fabricar bem depois do nascimento da Joana. Estou pensando em comprar uma agora, pra testar. Porque a Joana já está maior, usa menos fralda, é tudo mais tranquilo. Mas, por outro lado, ainda tenho dúvida porque ela já está numa fase de arrancar as fraldas... e esse fecho de velcro me parece muito frágil, ela vai tirar fácil, fácil.
Agora, pra um recém-nascido, vou falar a verdade: a idéia é ótima, as intenções melhores ainda e tudo mais que a gente sabe. Mas eu não encararia não. Bebê usa fralda demais, recém-nascido tem uma fase que é praticamente um cocô pra cada mamada... Sou prática demais, e com bebê em casa temos que ser mesmo. Não sou tão social e ecologicamente responsável pra encarar lavar fralda de pano (acho que só toparia se Joana fosse alérgica a todas as fraldas do mercado). Aqui em casa foi pampers desde sempre e Joana nunca teve alergia nem assaduras.
beijos
Você tá com quantas semanas?
(qualquer coisa que você quiser perguntar ou conversar, me manda um email, ok? angelicabouzada@yahoo.com.br)
beijos
Isabella, também estou mentalizando muito, e fazendo ginástica à beça para ter o parto normal (não natural, mas normal e de cócoras, na maternidade e não em casa). Mas sem entrar em neuras de achar um "fracassso" ter que fazer cesariana. E onde é que você mora?
Angélica, justamente, estou achando isso mesmo, que não vai dar para encarar a fralda de pano, não. Pelo menos no começo. Perguntei um pouco por desencargo de consciência, e um pouco na esperança de que houvesse um meio-termo de verdade, algo como uma fralda que se trocasse só a parte interna, sei lá.
Estou com 30 semanas. E vou te escrever, sim, obrigada!
Concordo com você. Nenhuma mulher deveria se sentir fracassada porque teve que fazer cesariana. Depois que a Estela nasceu quis relatar a minha experiência em uma página sobre partos, gestação e afins, e fui muito criticada por causa da episiotomia. A pessoa que respondeu ao meu e-mail, além de indelicada e grosseira, queria saber o nome da médica, do hospital ... um horror. Em nenhum momento ela (que também é mãe) levou em conta o meu caso de gravidez de alto risco e a minha tentativa de passar uma mensagem positiva para outras mulheres que pudessem estar na mesma situação. Nem preciso dizer que fiquei péssima, chorei e chorei me sentindo a pior mãe de todos os tempos. Para piorar na mesma semana passou um documentário no canal pago sobre os parto feitos hoje em dia com uma mensagem subliminar de que as mulheres de ontem eram "mais mulheres", toleravam mais a dor. Eu o meu marido ficamos com uma interrogação na cabeça porque apesar da gente concordar que muitas cesarianas são desnecessárias, que a anestesia pode causar efeitos colaterais, etc e tal, dizer que uma mulher é mais mulher que outra porque tolera mais ou melhor a dor não tem cabimento. Nós ainda morávamos no Brasil nessa época. Atualmente moramos em Nova Iorque.
Às vezes é preciso muita calma (e nervos de aço) para lidar com algumas ocorrências cotidianas.
Desculpe-me pelo longo comentário. Beijo.
Parece que eu serei o único homem a fazer um comentário neste post... Bom, também sou solidário ao sofrimento do planeta, mas não conheço nenhuma eco-fralda. Sorry, Anna V. A solução mais ecológica que vi até hoje foi num campo de refugiados no norte do Quênia. Percebi que todas as criancinhas de 3, 4 anos de idade andavam sem a parte de baixo das roupas. As menininhas usavam vestidinhos sem calcinhas por baixo; os menininhos não usavam nada, nem cueca nem calção. A princípio não entendi a razão, mas uma voluntária do campo me explicou: os refugiados não recebiam doações de fraldas e as famílias não tinham como comprá-las. Como o chão era de terra mesmo, eles simplesmente andavam peladinhos espalhando a produção pelo caminho, para não sujar a roupa. Ok, eu vou entender se você achar essa sugestão a história mais idiota que você já recebeu...
Isabella, essa postura existe e acho execrável. Mas acho que ela existe para combater o extremo oposto, as pessoas que querem, a priori, fazer cesariana, fazer episiotomia, e sei lá mais o quê. É complicado julgar, enfim, mas acho que se deve batalhar no Brasil para que não haja tantos procedimentos cirúrgicos de rotina relacionados a um parto, sem levar em conta se há ou não necessidade, dependendo de cada caso. Sobre essa história de ser mais mulher porque agüentava mais dor, que tremenda bobagem. Ora, todo mundo suportava mais a dor no passado, homens e mulheres. Dor de cabeça, dor de dente, dor muscular, antes de tantos remédios tão acessíveis, todos eram obrigados a conviver mais com a dor. E por isso são mais homens ou mulheres?! Eu hein.
Ferdi, adorei a história, mas como não moro numa casa de chão de terra, nem tenho horta ou compostagem caseira, vou ter que declinar da sugestão. :-)
A crise é grave. Anna V já fala na terceira pessoa. Rsrsrs
O universo das grávidas é uma realidade paralela. Uma Twilight Zone.
Pra onde eu mando as Pampers? (cara, vc tentou...o mundo é testemunha q vc tentou...ninguém merece lavar fralda).
Eu tb to usando sacolas pra ir ao super. Tenho uma leeeeenda da Frida Khalo, daquelas de feira mesmo, e vou toda prosa! O problema é q às vezes eu lembro na rua q tenho q passar no super. Até tenho uma outra sacolinha pra ir dobrada, mas nem sempre lembro de colocar.
beijo
Carrie, um dia depois deste post pensei a mesma coisa: "Caraca, o que me deu para escrever tudo em 3ª pessoa?!".
Hehe, vou chamar você para o chá-de-fraldas! Deve ser no fim de novembro, num botequim, que eu não estou mais em condições de nenhuma produção de evento, e acho um absurdo ficar alugando as amigas para organizarem essas coisas.
Cam Seslaf também faz de tudo pelo planeta, mas fralda de pano não vai dar.
Cam Seslaf encomendou uma bolsa de fraldas no DiaperBags.com em setembro e agora já acha que a encomenda só vai chegar no aniversário de um ano da Menina.
fralda de pano não dá assadura
Cam, que saco essa história da bolsa. A minha super mochila já chegou (lá nos EUA), e madrinha de Mathilde está trazendo esta semana.
Leila, será? Há controvérsias.
sim, eu sei que não dá assaduras por que meu filho usou fraldas de pano sem problemas.
Ola, estava passando e não podia deixar de postar meu comentário. Tenho um bebê de 25 dias e uso fraldas de pano desdo dia em que ele nasceu!! Sim! Dá um certo trabalho... gasta um tempo, mas meus avós, meus pais conseguiram e as fraldas eram muito mais complicadas, você ainda tinha que fazer um "origami" com as fraldas... moro em BH então uso as fraldas feitas aqui pela marca Onenem e algumas que comprei no Chile... meu filho não tem assadura nada e troco a fralda a cada 3 horas o que não poderia ser tão diferente com as descartáveis... e outra o custo com a água... não se esqueça que nas grandes cidades o esgoto é tratado e essa água retorna o que é uma grande economia para a natureza!
Grande abraço e boa sorte!
Alessandra
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