27.6.09

As pessoas são muito loucas

A frase acima é uma espécie de slogan aqui em casa. Uma das frases favoritas de Marido e minha. Serve para expressar nosso sentimento de estranheza perante, como dizer?, "o mundo em geral".
O post do Starbucks me fez lembrar da frase. Assim como no sábado passado, quando fui com Mathilde à praia ("A paia! A paia!"). Estava um dia perfeito de inverno carioca, céu azul sem uma nuvem sequer, temperatura ideal. Mathilde enlouquecida brincando na piscina armada pelo barraqueiro. Comprei um saco de Biscoito Globo para nós duas. Ela, típica bonne vivante [não é revelador que esta expressão só exista no masculino?], sentou-se numa cadeira de praia dessas que ficam para alugar e apontou para a cadeira do lado dizendo "mamamamãe", o que significa mais ou menos uma ordem para que eu me sente ao lado dela. Obedeci. Ela se deu por satisfeita e ficou comendo o biscoito apreciando o movimento no calçadão.
Enquanto isso, outras crianças mais ou menos da mesma idade brincavam na areia. Algumas, totalmente vestidas, apenas sem sapatos. Outras, de roupa de banho. Mas o mais curioso eram as mães. A menina louca para entrar na piscina, e a mãe "Fulaninha, não encosta nessa água, que você está gripada!". Dois irmãozinhos brincando na mangueira de onde jorrava água da bomba, e a mãe "Fulano! Beltrano! Saiam daí! Vocês vão se molhar!". Um garoto um pouco mais velho (uns 4 anos) estava de camiseta de manga comprida, e enfiou os dois braços na piscina enquanto os pais se distraíram com a irmã menor. Coitado, só faltou apanhar, porque a blusa ficou encharcada.
Então a nova moda parece ser essa. Levar as crianças para a praia e não deixar que elas se molhem.
Tenho certeza de que tem alguma parte dessa história que ainda não me contaram. Algum sentido tem que haver.
.

4 comentários:

Marcus disse...

Fui muito à praia quando criança, e sempre achei que a areia era só o lugar por onde a gente passa antes de chegar na água.

Se alguém me dissesse para não entrar na água, eu iria ficar bem desorientado...

Anônimo disse...

As pessoas são muito loucas mesmo! Vejo isso em um vizinho meu. O filho dele não pode brincar no parquinho, pois poderia se machucar, se molhar, pegar vento, pegar sol, se sujar.
É o mesmo parquinho onde eu passei toda a minha infância e estou aqui, inteirinho e provavelmente com muito mais saúde do que o filho dele terá na minha idade.
Saudade do "bixcoito grobo".

Beijo,

Pablo
http://cadeorevisor.wordpress.com

vera maria disse...

Acho que é pq as pessoas moram perto e fazem apenas um 'passeio' na praia, só faltou explicar às crianças a diferença... claro que estou chutando, pq é mesmo esquisito isso.
Mas fiquei imaginando a carinha de mathilde, sentada com vc ao lado, comendo biscoito e apreciando a paisagem, devia estar uma cena muito linda...::))
abraço,
clara

Ângela F. disse...

ih, nem fala em histeria aquáticas e praianas em geral. mães e pais - especialmente as primeiras - surtam com a água, a areia, o molhado, o úmido. cruz credo, vão jogar psp.
na mesma linha, mas difrente: há uns meses eu estava na pracinha com andré e vi umas crianças bem pequenas brincando. um menino pegou por alguns segundos - não mais que isso, perceba - a boneca de uma garotinha. o pai saiu enlouquecido do outro lado da praça ordenando que o menininho largasse a boneca que isso era coisa de menina. olha, eu até saí da praça. urgh.