17.6.09

As razões do meu sumiço

Não que alguém esteja curioso, mas.

Primeiro motivo, esse lindo projeto. Lindo, mas que está me dando uma tremenda canseira, que coordenar uma coisa dessas enquanto se trabalha em outro lugar de 9 às 6 não é bolinho. Mas ó: atentem para a agenda dos shows, façam download das músicas, enfim, aproveitem.

Segundo motivo, a tradução. Que, meus queridos, acabei. Exatas 539 páginas de Word, Times New Roman corpo 12, entrelinha 1,5. Querem mais números? 208.085 palavras. 1.112.366 caracteres sem espaço. 1.319.149 caracteres sem espaço. 2.509 parágrafos. 17.626 linhas. Estou agora dando uma lida geral e final em tudo. Ainda falta metade. Mas, nossa, orgulho imenso. Penso até em fazer uma noite de autógrafos quando for publicado, hahaha.

Terceiro motivo, o trabalho. Que minhas funções aumentaram. Bastante. Salário aumentou também, não tão bastante assim, mas anyway. E mudei de sala, agora tenho vista para a Baía de Guanabara e Pão de Açúcar. Depois mando fotos no estilo "sorry, perifa". Mas aí fiz seleção para estagiário, pois a grã-fina com motorista saiu fins de maio. Morri de rir quando li na Bel:
"Vou pra sempre imitar Liz Lemon: "OMG! Youths!", e sair correndo."
Porque foi quase isso. Esse pessoal nascido na época da Olimpíada de Seul. Mas nem posso reclamar. Entrevistei 15 almas, e pelo menos 7 eram bons candidatos - excelente média, me garantem amigos do mercado editorial que passaram por isso recentemente. Fiz uma shortlist de 3, que foram hoje para uma segunda entrevista, e escolhi, junto com Mr My Boss, uma jovem de cabelos vermelhos e unhas pretas.
Mas o engraçado foi ver os currículos, e o que as pessoas acham que devem incluir. "Canoa havaiana", por exemplo, tinha num currículo. "Possui carteira de motorista", em outro. Youths!

Quarto e melhor motivo de todos, Mathilde. Que cada vez mais é a maior alegria do meu dia, da minha vida, de meu tudo. Desandou a falar uma porção de coisas. E se revelou uma garota de Ipanema. Não podemos passar pela praia ou pela Lagoa de carro que começa a gritar "A paia! A paia!" (pois é, tem essa mania de falar várias coisas precedidas do artigo definido). E na semana passada, estávamos na casa da minha mãe e ela olhava pela janela (cuja vista não é para a praia) e gritava "A paia! A paia!", então a levamos até a praia, que fica a dois quarteirões só. Nossa, que acontecimento. Quando estávamos a meio quarteirão de distância, e ela se tocou que estávamos mesmo indo para a praia, ficou louca. Gritava maniacamente, começou a correr, uma coisa. E, bem, estava frio, né? Então minha mãe ficou no calçadão e eu desci com ela, as duas de calça e camiseta, e ficamos sentadas na frente do mar. E ela sentada, parada, olhando para o mar. E eu brincava um pouco com areia, e cavava um buraco, ela brincava e tal. Mas logo levantava, se afastava um pouco, sentava sozinha e ficava contemplando o mar. O que se conclui desse comportamento, eu juro que não sei.

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8 comentários:

vivi disse...

ai, que saudade !!! fiquei pensando se Mathilde tava doidoi !!! quase não escrevo mas tô sempre aqui !!
com qtos meses vc a levou a praia pela 1a. vez ? minha gabi está com 4 meses mas marido não quer saber de passeios na orla - só depois de 8 meses ... não é exagero dele ?
fiquei com muita vontade de apresentar o mar pra ela !!!
beijos

anna v. disse...

Vivi,
Levei assim que ela completou 6 meses:
http://terapiazero.blogspot.com/2008/07/6-meses.html
Era julho, estava o maior frio, mas eu estava fissurada em levá-la à praia. De alguma forma, funcionou, e ela adora.
Mas passeios na orla (no calçadão) são recomendáveis, acho, desde sempre, especialmente de manhã cedo. Ir para a areia é que é melhor mais tarde, a partir dos 6 meses.

Aquela disse...

Significa que ela é uma garota carioca suingue sambe bom,ué.:-)
Beijo.

Isabella Kantek disse...

Eba, voltou! Voltou, né?

Parabéns pela tradução. Que beleza, hein!

Mathilde ... Fiquei aqui imaginando a expressão dela pro mar. Coisa rica. :)

Anna, acredita que vamos voltar pra NY via RJ. Se eu fosse ficar o dia todo no aeroporto juro que sugeriria da gente se conhecer. Quem sabe uma próxima..

Beijos,

anna v. disse...

Isabella, ah, mas que pena. Vocês estão no Brasil agora? A família toda? David? Ó, céus, que coragem. Beijos.

vera maria disse...

Que maravilha, ana, estava com saudades de mathilde, ela é da família, vc sabe... :) essa postura introspectiva dela diante do mar me lembrou uma frase de clarice, acho que é algo como "esse mar batendo nas costas da gente...", sempre que passo diante dele a frase me vem (tb não tenho certeza se é da cl).
beijo, beijos na fofa,
clara

ps. depois vou ler com calma o projeto, mas o livro - alguma chance de sabermos o título? :)

Isabella Kantek disse...

Ainda não, eu que já estou pensando (leia-se sofrendo) na despedida. Embarcamos, eu e as crianças, na próxima semana e ficaremos um tempão na minha mãe--entre RJ e SP.

Anunciação disse...

O que eu concluo é que,como todos nós adultos,ela também gosta de comtemplar o mar.Beijo nela e em vc.