11.7.06
What's in a name?
Domingo vou ser madrinha de um casamento. De uma pessoa com quem tenho zero contato, mas com quem tive algum convívio na infância. Por exemplo, ainda não consegui decorar o nome do noivo. Sério. Mas é uma coisa de família, daquelas de que não dá pra fugir. Então lá vou eu. De longo e tudo.
E como se trata de um casamento tradicional e convencional, a noiva vai trocar de nome, e acoplar o sobrenome do marido. Pegando carona no post das moças legendadas sobre a nossa individualidade, eu defendo que o nome é que temos de mais único e individual, é algo que nunca, jamais deveria ser mudado. É o seu nome, é a sua identidade, do berço ao túmulo. Fico muito surpresa quando vejo mulheres tão esclarecidas, bem-sucedidas, interessantes e bem-pensantes mudando de nome ao casar. Sempre coloco essa questão para elas. Que às vezes ficam em dúvida. Porque é uma grande perda de identidade. É claro que a nossa vida muda quando a gente se casa. Mas não é trocando de nome que isso se processa. (sem falar na saqueira de ter de trocar os documentos todos e, pior dos piores, destrocar quando se separa.)
Essas manifestações muitos exteriores do casamento para mim só demonstram a fragilidade de certas uniões. Como usar aliança. Que é um símbolo tão óbvio e tão gritante, que é como se a pessoa estivesse insegura de que é casada, e precisasse de um anel para se lembrar daquilo o tempo inteiro. A festa de casamento, seja ela uma festa tradicional ou uma cerimônia qualquer, é o mais importante. Porque é ali que você está avisando para as pessoas que importam de verdade que você está se unindo a uma pessoa escolhida, que a partir dali sua vida está mudando. Ritos de passagem são necessários e importantes. Mas a aliança, pra quê? Para que a moça da padaria saiba que eu sou casada? Para que um gatinho do bar não dê em cima de mim porque eu sou casada? Nada disso substitui a atitude da pessoa casada, da pessoa que tem, de verdade, um compromisso com outra. Essa atitude é a única coisa que importa.
Ideias fixas:
relacionamento,
sobre nada e sobre tudo
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6 comentários:
Eu adotei o nome do meu marido qdo casei por uma razao puramente deslumbrada e interesseira... ;-)
O duro foi ter que deixar de usar Guimaraes, o meu nome de familia que herdei do meu pai, porque ninguem conseguia pronunciar... :-(
Ser ter querido, acabei no final das contas virando Mrs. Rosa....
beijos! :-)
Ah, mas ter a oportunidade de virar Guimarães Rosa e não aproveitar seria mesmo um pecado mortal!
Bjs
sempre adorei o sobrenome galvão, amei juntar galvão ao meu nome original. não fiz festa de casamento. não uso aliança, mas acho legal, ainda mais se for desenhada só para os dois, com algum significado secreto
Leila, o importante, claro, é você estar bem resolvida em relação a isso. O resto são palavras.
E sobre as coisas com significado secreto - fundamentais em qualquer casamento -, acho que elas devem ficar exatamente assim: secretas.
Um beijo.
Menina, tinha 14 anos quando decidi que não colocaria nome de homem algum junto ao meu porque eu, simplesmente, era filha de meu pai e de minha mãe e não passaria a ser posse de homem algum, posto que o tempo era moderno já. Casamento para mim não era mais negócio de dote e tal.
Quanto à atitude, você disse tudo. Vivi 5 anos apaixonada por um homem e, simplesmente, não usávamos nada, a não ser a cara estampada de felicidade por onde íamos. O compromisso era silencioso e gritante ao mesmo tempo , porque aparente. Por outro lado, quando os laços forma ficando fracos e outro me interessou, a casa não caiu, simplesmente, o respeito preponderou. A relação desgastou-se, mas não a dignidade. separamos e hoje somos amigos. Doeu, claro, choramos, claro, mas nada melhor que ser verdadeiro, ter atitude. Assim levo a vida.
Quanto a convidarem você para testemunhar, ser madrinha e etc, se eu não tivesse amizade não faria isso (não de aceitar, que seria indelicado face ao convite), mas de convidar mesmo.
Alena, eu tb não convidaria uma pessoa com quem não tenho contato para ser madrinha do meu casamento. Mas primeiro, casamento hoje em dia tem uma porção de madrinhas e padrinhos, é uma esculhambação. Segundo, rola um circuito de homenagem familiar do qual eu não posso me furtar. E, como v. bem disse, recusar o convite seria de uma indelicadeza sem tamanho. Vai ser do tipo respira-fundo-e-vai!
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