1.5.11

Flamengo, campeão carioca invicto de 2011

Jogadores comemoram o 32º título estadual
A verdade (I) é que não tenho acompanhado o Bonde do Mengão Sem Freio, por um misto de falta de tempo e de saco, não vou negar. Mas quando acontece uma final contra o Vasco, com a chance de ganhar o título por antecipação (já tendo sido campeão do primeiro turno, a Taça Guanabara), não tem como não prestar atenção.

A verdade (II) é que domingo à tarde é quase certo de ter uma festinha de criança na agenda. E hoje não foi diferente. Quatro da tarde, e eu num play na Gávea (of all places!), dando aquela supervisão muito por alto entre o escorrega, a casinha de boneca, a contação de história e o pula-pula-a-maior-invenção-da-humanidade. Sim, porque depois dos 3 anos eu já considero tratar-se de uma criança grande, não me cabe ficar atrás o tempo todo, minha política é "avisem-me se houver sangue". (O pequeno, que completou 6 meses ontem (!), ficou em casa com o pai.) Ainda mais que, felizmente, era uma festa de filha de amigos de longa data, portando havia uma porção de gente que eu não via há tempos, muito melhor era ficar sentada numa mesinha de plástico botando o papo em dia, comendo batata frita feita na hora com chope tirado igualmente na hora vindo com ótima frequência na bandeja do garçom, ao lado de refrigerantes, sucos e águas.

Meu amigo M., que eu adoro apesar de tricolor, e que não via há um tempão, me franqueou seu celular com radinho na segunda metade do segundo tempo, e dei uma acompanhada assim como não quer nada. Quer dizer, tentei, porque como bem diz meu marido, não dá mais pra ouvir jogo pelo rádio. Entre propagandas de "Tomou Doril a dor sumiu - este medicamento é contraindicado em caso de suspeita de dengue. A persistirem os sintomas um médico deverá ser consultado", entrevista com Torcedor do Amanhã, ou com Maria Chuteira, entradas ao vivo de personalidades presentes no estádio, comentários do Futebol Show, Twitter do Torcedor etc., ninguém narra a p*orra do jogo.

Mas tergiverso. Depois do 0x0 no tempo normal, veio a decisão por pênaltis, e eu já fiquei mais tranquila. Porque, pra quem não sabe, nessa hora o Vasco sempre treme. Acompanhei as cobranças do meu jeito favorito: pela reação da vizinhança, pelos gritos de Mengo! e Vasco! alternados e progressivamente exaltados, até a epifania final, os fogos e o Uma Vez Flamengo, Sempre Flamengo que sempre se escuta, vindo de sei lá qual profundeza, talvez de um inconsciente coletivo rubro-negro (além é claro, do "Tomá no cu Vascô!", outro clássico imortal).

Comemorei com Mathilde e com meu afilhado de 2 anos, que ainda não tem time, mas a quem um tio já fez a bondade de ensinar a cantar "Sai do chão, sai do chão, a torcida do Mengão!" (tio flamenguista: atire a primeira pedra quem nunca teve um).

Voltamos no carro brincando de apontar pessoas vestidas com o Manto Sagrado. Eram tantas que a brincadeira quase nem deu certo.

Um comentário:

Aquela disse...

Uma das alegrias de ser campeão é ler um post como esse, hhahaha! (mesmo quinze dias depois)
Helê, a Atrasadinha da Estrela