14.11.11

Lilica e o alter ego infantil

Essa foi (mais uma) criação genial do meu marido. Começou despretensiosamente, como uma história com lição de moral - nada de extraordinário. Mathilde queria, sei lá, tomar o quinto copo de suco, ou então cismou de não comer verdinho, qualquer coisa dessas. Então ele começou a contar "A História da Lilica Que Só Queria Tomar Suco", na qual a personagem Lilica toma tanto suco que alguma coisa terrível acontece, e então a Lilica entende que não se pode tomar só suco na vida, e fim da história. Fez sucesso, e ele repetiu a dose. A Lilica Que Não Queria Sair do Banho ficou tão enrugada que não conseguia mais fazer nada. A Lilica Que Faz Pirraça Por Causa de Biscoito ficou com uma barriga tão grande de biscoito que as roupas não cabiam mais e ninguém queria brincar com ela. Enfim, já deu pra ter uma ideia de como funciona o sistema da Lilica.

Mas o que não esperávamos é que o sucesso fosse ser tão grande que Mathilde começasse a pedir que contássemos histórias da Lilica. E o que é mais incrível: ela pede para contar a história da Lilica que fez justamente a(s) coisa(s) errada(s) que ela fez naquele dia. Então se nós vamos a piscina e é aquele drama na hora de ir embora, de noite tem: "Mamãe, conta A História da Lilica Que Não Queria Sair da Piscina?".

Chegou a tal ponto que ela já pede três histórias da Lilica de uma vez! A História da Lilica Que Não Queria Ir Ao Dentista, A História da Lilica Que Não Queria Parar de Jogar no Computador e A História da Lilica Que Queria Tomar Picolé Todo Dia.

E o mais sensacional é o ar de profunda reprovação que ela assume quando escuta as desventuras da Lilica.
-- Imagina, filha, que a Lilica, coitada, era meio nenenzinha, ela fazia pirraça na hora de ir ao dentista!
-- Tsk, tsk tsk.
-- A Lilica não sabe que quem escova o dente todo dia não precisa ter medo do dentista, porque não dói, o dentista só olha os dentes e fica tudo bem.
-- É, mamãe, ela não sabe, coitada.
(Isso depois de um vexame terrível no consultório da odontopediatra.)

Enfim, fica a dica aí para os colegas que estão nessa ralação de buscar métodos alternativos para domar as crianças...

8 comentários:

Camila disse...

Vc conhece o bisavô alemão da Lilica, o Stuwwelpeter?

anna v. disse...

Hahaha, conheço sim! Mas a Lilica não costuma morrer no final (bom, só às vezes), nem as unhas e cabelos dela são daquele jeito, cruzes!

Camila disse...

No site do Struwwelpeter Museum dá pra ouvir as histórias e ver as ilustrações - lindas, aliás: http://www.struwwelpeter-museum.de/struwwelpetergeschichten.htm
Espero que vc goste!

Anônimo disse...

Amey a Lilica!
Tenho que pensar num personagem masculino para interpretá-la aqui em casa com o menino que faz pirraça!

Liliane disse...

Ei a Anonima acima sou eu!
beijo

Anônimo disse...

Super inteligente essa sua Lilica, beijo na fofa e esperta ::)
clara

Anônimo disse...

Apliquei lá em casa ontem, rs! Deu certo...
Flávia Cardoso.

Isabella Kantek disse...

Muito porreta essa Mathilde! Genial, Anna.