7.8.09

Histórias do happy hour


Então M. conta que, ano passado, foi a uma festa de pré-reveillon. E lá prometeu que, se "beijasse na boca" naquele dia, jogaria flores para Iemanjá no reveillon. Dito e feito. "Naquela festa ninguém mais beijou na boca, entre minhas amigas. Só eu!". Viu que coisa funcionava. Arriscou: se alguém a pedisse em namoro ainda naquele ano, mandaria uma barco para Iemanjá. Pois alguém foi lá e pediu. A verdade é que ela não aceitou o pedido do namoro. Mas como a promessa era essa, viu-se obrigada a pagar.
"Fui na casa de macumba e pedi o barquinho mais discreto que havia. 'Se tiver uma canoa, moça, melhor ainda'. Não tinha, claro. A vendedora me falou: 'Se está querendo arranjar marido, melhor levar um barco grande'. Comprei, é claro, né. E quando me perguntaram o que eu ia colocar no barco, fiquei surpresa: 'Ué, ainda tem que colocar coisa dentro?!'. Então na própria loja descobri que tinha um 'kit', um 'kit Iemanjá', vê se pode. Menina, você não imagina a vergonha que eu senti no dia do reveillon, dentro do ônibus, carregando aquele barco! Coloquei num saco plástico, é claro, mas ó, que vergonha. E na hora, na praia, cadê a coragem de levar o barco pro mar? Todo mundo tinha me dito que era comum, que no dia ia ter uma porção de gente jogando barco pra Iemanjá, mas cadê? Ninguém! Acabou que não tive coragem, pedi para alguém levar o barco para a beira d'água para mim, de tanta vergonha."
-- Não brinca?!
"Pois é. Resultado taí, este ano. Maior secura!"
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3 comentários:

Anunciação disse...

Bem feito,rs.

Anônimo disse...

Eu também respeito muito Iemanjá, e tb acredito nessas coisas...:)
beijo, seja bem vinda de volta,
clara

Helê disse...

Putz, mas como é que eu posso estar devendo se eu nem prometi?!