Foi essa imagem do disco do Sepultura, do post abaixo, que atraiu. Só pode ter sido. Como é possível explicar, de outra forma, que eu tenha ido parar na segunda-feira à noite num ensaio de death metal na Muda, sub-bairro da Tijuca?
Resumindo muito uma história longa, fui levar um adolescente norte-americano de 17 anos, filho de uma amiga da minha mãe, ao ensaio de uma banda de death metal da qual faz parte um amigo meu. Porque fiquei com dó do adolescente tendo que viajar com a mãe, tendo que fazer os programas dela, quando no fundo ele gosta mesmo é de metal.
Foi um momento Irmã Paula.
(Irmã Paula é um conceito muito usado na minha família, para quando alguém faz uma super-hiper-mega-ultra boa ação, sem receber nada em troca -- como sói, aliás, quando se trata de boas ações. A Irmã Paula, em si, eu nem sei bem quem foi. Diz o Google que foi uma das das fundadoras da ordem das Irmãs Missionárias do Precioso Sangue, nascida na Alemanha em 1865 e morta na Holanda em 1948.)
E depois dessa acho que posso ficar até o fim deste ano sem fazer nenhuma boa ação -- posso até mandar uns cegos em direção ao poste, ou largar umas velhinhas no meio da Av. Brasil, que mesmo assim ainda tenho crédito.
É, porque, sem contar o desprendimento de levá-lo ao ensaio, o lugar (um estúdio) era lá na Muda, estava chovendo e o trânsito um caos. E eu tendo que levar o jovem metaleiro de um lado a outro da cidade. E no caminho ele me explicava as diferenças entre heavy, death e black metal. E pra completar, o bar que eu conhecia, que fica ao lado do estúdio, onde eu pretendia ficar fazendo hora, lendo um livro, estava inexplicavelmente fechado.
Tudo isso engrandece um ser humano, sabe.
Expliquei ao jovem, no caminho de volta, o que é uma corrente do bem: que, ao longo da minha vida, fiz algumas viagens por países estrangeiros, e muitas pessoas que eu mal conhecia fizeram coisas muito legais por mim. Assim, sempre que posso, retribuo. E ele deve fazer o mesmo, quando tiver uma chance. Ele ficou um pouco impressionado. Mas me agradeceu muito efusivamente. E sumiu pela portaria do seu hotel no Leblon, levando o CD da banda do meu amigo, que ganhou de presente.
Imagem: http://gs92.sp.cs.cmu.edu/pictures/2004_07_26__eatme_annarbor/html/
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