Para não dizer que não falei da FLIP, a sempre deliciosa festa literária de Parati, que muito lamentei perder este ano.
Acabei de ler Bom dia camaradas (assim mesmo, sem vírgula), do angolano Ondjaki, uma das atraçoes desta FLIP, que aos 28 já tem seis livros publicados e uma penca de prêmios. Uma delícia de leitura. Não é o livro pra se dizer "Vão correndo à livraria mais próxima e comprem djá!", mas flui que é uma beleza. Li num par de noites.
Na apresentação escrita pelo Luiz Ruffato, ele faz uma comparação que eu considerei bastante feliz com Os meninos da rua Paulo (que está aí à disposição em nova e caprichada edição da Cosac&Naify), para dizer que é um livro escrito para um público-alvo indefinido, que engloba inclusive os "jovens adultos". Porque o narrador é um garoto que vive em Luanda nos anos 80, sob o regime comunista. Não se sabe nem o nome nem a idade dele (provavelmente uns 11, 12 anos). E, sendo da elite (filho de ministro), o menino é um entusiasta do sistema, inclusive na maneira de chamar todo mundo de "camarada". Camarada professora, camarada diretora da escola, camarada presidente.
E a rotina do pequeno, que engloba soldados armados com "aká" a torto e a direito, cartões de alimentação para comprar comida, e professores cubanos hablando en español, é toda narrada naquele jeito tão engraçado que é o português de Angola, cheio de bué (=muito), matabichar (=tomar café da manhã), aldrabar (=mentir), e o melhor de todos: xuínga, corruptela de chewing gum.
Acabei de ler Bom dia camaradas (assim mesmo, sem vírgula), do angolano Ondjaki, uma das atraçoes desta FLIP, que aos 28 já tem seis livros publicados e uma penca de prêmios. Uma delícia de leitura. Não é o livro pra se dizer "Vão correndo à livraria mais próxima e comprem djá!", mas flui que é uma beleza. Li num par de noites.
Na apresentação escrita pelo Luiz Ruffato, ele faz uma comparação que eu considerei bastante feliz com Os meninos da rua Paulo (que está aí à disposição em nova e caprichada edição da Cosac&Naify), para dizer que é um livro escrito para um público-alvo indefinido, que engloba inclusive os "jovens adultos". Porque o narrador é um garoto que vive em Luanda nos anos 80, sob o regime comunista. Não se sabe nem o nome nem a idade dele (provavelmente uns 11, 12 anos). E, sendo da elite (filho de ministro), o menino é um entusiasta do sistema, inclusive na maneira de chamar todo mundo de "camarada". Camarada professora, camarada diretora da escola, camarada presidente.
E a rotina do pequeno, que engloba soldados armados com "aká" a torto e a direito, cartões de alimentação para comprar comida, e professores cubanos hablando en español, é toda narrada naquele jeito tão engraçado que é o português de Angola, cheio de bué (=muito), matabichar (=tomar café da manhã), aldrabar (=mentir), e o melhor de todos: xuínga, corruptela de chewing gum.
2 comentários:
Que vontade!! Estou precisando de astral para ler por prazer. Pelo trabalho, que é um prazer também, leio todos os dias, mas estou querendo a leitura vagabunda, diária, daquele momento eu comigo, sabe?
Alena, tomara que vc consiga. Nada melhor do que aquele sentimento em frente à estante "Que livro vou escolher agora?".
Postar um comentário