19.11.07

Da ausência de loção

Através do Idelber tomei conhecimento da surreal troca de e-mails entre um jornalista da Veja e o biógrafo do Che Guevara, Jon Anderson. O ápice é, de fato, a ameaça do brasileiro: por sua postura anti-ética (mandar a correspondência a outros jornalistas, já que Veja não respondia), Anderson, que escreve para a New Yorker, não seria nunca mais mencionado nas páginas de Veja.
Pausa para risos constrangidos -- ou desbragados.
Isso me faz lembrar um caso similar -- mas muito, muito mais caricato e absurdo -- de correspondência internética publicada: a briga entre Mario Marques e Daniella Thompson por causa de uma discografia publicada sem o devido crédito na biografia do Guinga escrita por Marques. (Não vou nem comentar a estranheza que me causa escrever a biografia de alguém que está em plena atividade profissional.)
Quem nunca leu não deve perder. Quem já leu pode reler. Diversão garantida. A correspondência está toda aqui (em inglês -- mas é que traduzindo perde toda a graça). Depois me diga qual o seu trecho favorito. O meu é "Why am I hungry? Today my dad read this at internet. This is so sad to me, right?"
:-)

6 comentários:

Anônimo disse...

Eu ouvi falar desse caso através do blog do Alexandre Matias, o Trabalho Sujo. Ele apenas deu o link e falou "putz". E eu achei bem estranho quando o Mario Marques foi encrencar com ele na caixa de comentários, mas acabei nem lendo o site direito.

Li agora. O caso é delicioso mesmo. A frase que você destacou é fantástica, mas eu adorei essa aqui também:

Mario: "Funny... I never heard about you"...

Daniella: "Apparently you haven’t heard about Google either".

Anônimo disse...

Marcus, será que o MM vem encrencar aqui também?!
Em tempo, faltou dizer que o site da Daniella é muito bom e respeitado no meio musical pela seriedade com que trata os temas que aborda.

F. disse...

Anna, eu trabalhei na Veja como repórter num passado distante (o que quer dizer que eu era novinho) e quando eu dava retorno dizendo que alguém não queria dar entrevista, eles me mandavam ligar de volta para o cara e perguntar, em tom ameaçador: "O senhor tem certeza que não vai falar à Veja?" Todo mundo se leva a sério demais por lá.

Anônimo disse...

Ferdi, no pouco tempo que estive na Folha de SP era mais ou menos a mesma coisa. Perde-se a noção e a medida das coisas.

la vache qui rit disse...

fiquei com vergonha alheia de ter lido este diálogo, Ana.

anna v. disse...

Angela, a idéia é essa. Eu também sinto vergonha pelos outros. Os alemães devem ter uma palavra pra isso.