21.7.11

Da série: Grandes equívocos do capismo nacional

Nova Fronteira, 2004
(mesma capa da edição portuguesa da Oficina do Livro)
Companhia das Letras, 2011
Como vivo dizendo por aqui, Equador de Miguel Sousa Tavares é um dos meus livros-missão. Acho sensacional e vivo querendo espalhá-lo pelo mundo, emprestando ou dando de presente. Até hoje nunca falhou: todo mundo adora. (E os outros livros do mesmo autor não fazem jus à fama. O romance seguinte, Rio das Flores, é uma porcaria.)
Equador é o livro ideal para dar de presente a pessoas que não conhecemos bem a ponto de identificar os gostos literários. Ontem fomos ao aniversário de uma pessoa que conhecemos pouco, e que além do mais mora nos EUA, o que restringe um pouco as possibilidades de acerto, porque, caso ela seja uma leitora voraz, tem muito mais chance de já ter lido os maiores bestsellers internacionais em inglês.
Na livraria vimos as duas edições acima. A da Nova Fronteira capta muito bem o clima do livro, além de ser muito bonita, mas ela se torna mil vezes melhor quando a comparamos com a nova arte que a Companhia das Letras agora põe no mercado, completamente equivocada com seu espírito de romance-literário-moderninho-britânico-vencedor-de-Booker-Prize. Nada a ver. Naaaaaada. A. Ver.
(O que pensará O Capista?)
No fim das contas compramos a nova porque custa dez reais a menos. Mas quase comprei a antiga só por causa da capa.

(Sobre a festa: a aniversariante é física. Tipo, astrofísica, uma parada sinistra. Daí que na festa tinha uma porção de físicos, que naturalmente ficaram mais conversando entre si. E eu, tão acostumada a conviver com jornalistas e coisas desse tipo, gente que adora dar pitaco sobre tudo e que costuma poder falar sobre o seu trabalho com qualquer um, dado o caráter generalista da função, fiquei pensando como deve ser solitário trabalhar em uma área em que não dá nem pra começar a explicar para uma pessoa leiga. Em suma: um bando de malucos!)

19.7.11

Dindim

De quando eu quando revejo meus investimentos no banco (renda fixa, fundo de ações, tesouro direto etc.), e semana passada falei com minha gerente para trocar por um fundo de renda fixa para outro, com taxa de administração menor. Sempre soube que pesquisar uma taxa de administração baixa era importante para garantir maior rentabilidade, mas nunca tinha me dado conta do tamanho da diferença, principalmente no longo prazo. Tem umas planilhas que fazem a simulação. Se eu mudar da taxa atual (1,5% ao ano) para uma menor (0,7%), em dez anos a diferença é assustadora.
Apesar de não ter muito saco para esses assuntos de grana, eu procuro me inteirar e batalhar por condições melhores, desde o momento em que percebi que posso colocar o dinheiro para trabalhar pra mim, simplesmente por aplicar bem. Sempre pesquisando por conta própria, porque uma coisa que já descobri faz tempo é que seu gerente nunca é seu melhor amigo. Quer dizer, é importante manter uma relação o mais próxima e constante possível, mas esses caras nunca te oferecem os melhores produtos, você é que tem que arrancar essas informações deles à força, praticamente.
O pior é que sofro de uma total ausência de interlocução para esses assuntos. Com meus amigos, se tento falar sobre isso, descubro quase sempre que ou eles não investem, ou então deixam seu dinheiro num fundo qualquer, sem se preocupar muito com o assunto, sem saber se a taxa de administração que pagam é de 1, 2, 3 ou 4%. A quase totalidade deles nunca ouvir falar no Tesouro Direto -- e muitos dos que ouviram, foi porque eu falei a respeito. Praticamente ninguém que eu conheço compra ações (com raríssimas exceções). E pior ainda, uma porção de gente inteligente, brilhante e esclarecida vive cheia de dívidas, por pura falta de educação financeira. Alguns têm previdência privada, mas até agora ninguém conseguiu me convencer de que  qualquer desses produtos seja mais vantajoso financeiramente do que o Tesouro Direto, que é o que eu uso para meu fundo de aposentadoria.
Enfim, sei lá. Se alguém aqui se animar a trocar ideias, quem sabe não sai uma série de posts sobre a independência financeira nos anos 2010?

Porque no fundo no fundo o mercado editorial não tem nenhum glamour

So you say you want to know the strengths of this book well they are very similar to me actually like me the book is strong ,random, ununiformed, all over the place, exciting, inspiring at times, moody ,can piss you off, can make you fall in love ,make you a best friend, help when you need it the most and help even when you say you don’t need it and just like most people call me in my life a know it all this book is about most off my knowing’s which cannot all fit into one book but the best strengths about this book just like me is its honest , nonjudgmental ,loves everyone and wants to help everyone and everyone they know and just like me it never gives up and only wants to be happy and make people happy or happy again
 Kids, now I hope you understand the horror of what life would be like without the period.

Do sempre ótimo SlushPile Hell.

18.7.11

Férias incríveis

Vou tirar quinze dias de férias no início de agosto. Durante esse período tenho marcado: vistoria do carro no Detran, entrevista para renovação do visto no consulado americano, e consulta de dentista.
Meu passaporte da Funai vai precisar de páginas extras para tanto programa de índio.

13.7.11

Decepção helvética (e o lide no pé)


Sexta-feira convidei meus grandes amigos e compadres G. e S. para jantar fora. Queria aproveitar que agora temos a folguista que dorme às sextas, e ao mesmo tempo devia um presente de aniversário a S. Como durante a semana inteira fez um frio polar na muy heroica e leal cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (15ºC), pensamos em comer fondue. E quem mora aqui sabe que fondue, no Rio, é sinônimo de Casa da Suíça.
Chegamos cedo, e como não tínhamos reserva, nos mandaram para uma mesa num lugar esquecido por deus, lá no fundo da sala mais distante (o restaurante é bem grande, tem vários ambientes). Pedimos vinho, água, e aceitamos o oferecimento de couvert. Primeiro erro. Consistia numa cesta de pães sortidos frios e sem graça, uma travessinha com manteiga e patê, e uns palitos de aipo e cenoura. Fraco. E caro.
Pedimos fondue de carne, de queijo, e batatas rosti. As batatas estavam ok. O fondue de queijo não era, em nada, melhor do que eu poderia fazer em casa -- o queijo era absolutamente normal, e acompanhava uma cestinha de pães ainda mais ordinária que a do couvert. O fondue de carne, apesar da porção modesta, estava bem gostoso -- isso porque G. teve a sacada de pedir o fondue "chinês" em vez do tradicional. No chinês, em vez de óleo, o panelinha vem com um consomê (ou bouquet de garni, segundo me contaram depois), e a carne então fica cozida e temperada, e não frita. Infelizmente todo mundo no restaurante pediu fondue também, e pouca gente conhece a malandragem de pedir o chinês. Resultado é que, como o restaurante é todo fechado, saímos de lá defumados com a fumaça dos fondues alheios.
A Casa da Suíça é um restaurante antigo, que grita tradição em todos os cantos. Mas a impressão que me passou foi de decadência. O espetinho do meu fondue, tive de pedir ao garçom para trocar, de tão enferrujado que estava. O banheiro feminino em nada condizia com a empáfia do ambiente - era feio, sujo, escuro, abandonado. O serviço não foi uma tragédia, mas esteve longe de merecer um comentário favorável -- até porque esteve longe da nossa mesa, de um modo geral. Tudo muito aquém do esperado, para uma conta de mais de meio salário mínimo.
A noite foi ótima, porque esses amigos são tão especiais (e a noite acabou aqui em casa mesmo, tomando mais vinho), mas no próximo inverno eu lá não volto.

E desde quando este blogue faz crítica gastronômica? Ora, desde que completou 5 anos de vida em junho e eu me esqueci completamente!

11.7.11

Partilhando emoções

Há algumas semanas a gente trocou de sala com o departamento financeiro. Ficou melhor pra todo mundo, ficamos com mais espaço e com uma disposição de mesas melhor, que evita que fiquemos todos de costas para todos, como era na sala antiga. "A gente" significa eu, minha ex-estagiária-hoje-assistente-e-colega, e meu chefe, aquele que, no final de 2008, me entrevistou e me contratou para trabalhar com ele. A gente se dá muito bem, nós três. É uma ótima convivência. E desde que mudamos, temos monitorado o "astral" da sala nova. Porque se numa semana conseguimos ganhar todos os leilões e comprar todos os livros que queremos (que são sempre ótimos, of course), na semana seguinte só entra porcaria pra gente ler, e ainda por cima os computadores todos quebram simultaneamente, fazendo com que a gente brinque ao dizer que foi a concorrência que instalou um chip na luminária, um disruptor de sistemas ou coisa que o valha. Numa semana a gente compra plantas pra enfeitar a sala, na semana seguinte as persianas quebram, prejudicando a vista espetacular para a baía da Guanabara. Vamos alternando as boas e as más semanas. Things are looking up ou Things are looking down, é essa uma de tantas inside jokes que só quem passa o dia inteiro todo dia numa mesma sala pode conhecer.
E hoje, segunda-feira, logo pela manhã, meu chefe, que é um cara boa-praça toda vida mas bastante reservado, recebeu uma ligação no celular. Depois que desligou, virou-se para nós duas e disse, Vocês não sabem da maior, eu vou ser avô. E aí os olhos dele se encheram de lágrimas, nós corremos para o abraço, foi um desses momentos especiais que a gente se sente privilegiada por compartilhar.
Things are definitely looking up.

5.7.11

Aquele abraço


Para aquecer os corações neste inverno gelado.