30.11.06

Que las hay, las hay

Imagem: relaxkids.com
Não acredito em bruxas, fadas ou duendes. Só em magias maternas.
Se não, como explicar que ontem eu estava saindo do trabalho, pronta para ir a um evento no Leblon, marcado para as 19h. Lá pelas 18h40 ia sair quando me dei conta que caía um temporal lá fora. E eu toda verão, sandália, saia, bolsinha de pano e um monte de papel importante pra carregar na mão. Blé. Olhei para o cantinho da minha sala onde sempre fica meu guarda-chuva de plantão para situações como essa. Não estava. Hmmm. Resolvo esperar mais um pouco, ver se diminui a chuva. Dois minutos depois, toca o telefone. O moço da portaria.
-- Sua mãe está aqui embaixo, de carro.
Hã?! Minha mãe?
-- Ok, diga que já vou descer.
Tlec, tlec, tlec.*
-- Oi, mãe, que surpresa.
-- Oi, filha. Estava passando por aqui de carro, sem celular, resolvi dar uma passadinha para ver se você ainda estava aqui e se precisava de uma carona, com essa chuva.
-- Que ótimo. Você está indo pra onde?
-- Pro Leblon.

Salagadula, mexicabula, bibidi, bobidi, bum.


*Onomatopéia para som de descer a escada de sandalinha.

A arte de fingir espanto

Eu odeio quando isso acontece.
Pessoa 1 te conta uma coisa e pede pra guardar segredo.
Você guarda.
No dia seguinte, Pessoa 2 te diz "que isso não saia daqui, hein?" e te conta a mesmíssima coisa.
O que você faz?
Diz "Eu já sabia"? Mas aí queima a Pessoa 1?
Ou faz cara de espanto, como se não soubesse de nada?
Eu hoje fui na segunda opção. Mas não consigo mentir muito, do tipo "Juuura????" com olho arregalado. Aí acabo posando de blasé total ("Ah, é mesmo? Que coisa.").
Preciso me preparar mais para ocasiões como essas.

29.11.06

Não sou uma só


Fui ao lançamento ontem do livro da Marina W. Por motivos profissionais, além dos afetivos. Conheço a Marina, mas ela não conhece este blog. Não pude ficar até muito tarde, mas deu pra encontrar a loura e conhecer uma das fridas (com sua filha mais-linda-do-mundo).
É impressionante como a Marina consegue fazer de um assunto tão pesado uma leitura tão leve. Quem conhece o blowg sabe como ela tem o charme de escrever sobre as bobagens do dia-a-dia de uma forma tão cativante. O que surpreende é como ela consegue escrever sobre as barras pesadas de uma doença como o transtorno bipolar de uma forma igualmente cativante. Tem passagens em que você ri, tem horas em que dá vontade de chorar. Em uns momentos você se identifica, em outros, lembra de alguém. Sem dúvida foi um processo doloroso escrever este livro, e a coragem de expor, com a publicação, não é pouca. Bem, chega de falar. Leiam, e só.

Serviço de utilidade pública - parte II

Os prefixos e o hífen

Prefixos e elementos de composição que precisam separar-se pelo hífen somente diante de certas letras

2º grupo (4)
2 terminados em -e: ante-, sobre-;
2 terminados em -i: anti-, arqui-.
Regra: Pedem o hífen apenas quando seguidos de h, r e s.
Exemplos: ante-histórico, ante-rosto, ante-sala; anti-hemorrágico, anti-herói, anti-rábico, anti-reumático, anti-semita; anti-social; arqui-secular, arqui-rabino; sobre-humano, sobre-restar, sobre-selo.

Obs.: Embora as "Instruções" não consignem exceções, no corpo do PVOLP se registram, contrariando esta regra: antissepsia, anstisséptico, sobressair, sobressaltar, sobressalto, sobressaltear. O VOLP, buscando corrigir a contradição, registra também anti-sepsia, anti-séptico, sobre-sair, sobre-saltar, sobre-salto, sobre-saltear.

Em qualquer outro caso não se utiliza o hífen: antecâmara, antediluviano, anteclássico, antemanhã, anteontem, anteprojeto; antiácido, antiaéreo, anticlerical, antieconômico, antieufônico, antiimperialismo, antiinfeccioso, antilogaritmo, antipirético, antivariólico; arquiavô, arquiconfraria, arquiepiscopado, arquiirmandade, arquimilionário; sobreaviso, sobrecomum.

Fonte: KURY, Adriano da Gama. Para falar e escrever melhor o português. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.

(Continua)

28.11.06

Serviço de utilidade pública - parte I

Os prefixos e o hífen

Prefixos e elementos de composição que precisam separar-se pelo hífen somente diante de certas letras

1º grupo (11)
6 terminados em -a: contra-, extra-, infra-, intra-, supra-, ultra-;
4 terminados em -o: auto-, neo-, proto-, pseudo-;
1 terminado em -i: semi-.
Regra: Pedem o hífen quando seguidos de vogal, h, r e s.
Exemplos: contra-indicado, contra-revolução, contra-senso; extra-escolar, extra-humano, extra-oficial, extra-regimental; infra-estrutura, infra-som; intra-hepático, intra-ocular; supra-renal, supra-sumo; ultra-rápido, ultra-som; auto-análise, auto-retrato, auto-suficiente; neo-helenismo, neo-realista; proto-árico, proto-histórico; pseudo-etimologia, pseudo-herói, pseudo-sábio; semi-árido, semi-inconsciente, semi-reta, semi-selvagem.

Como exceção à regra, as "Instruções" do Vocabulário citam a palavra extraordinário, "que já está consagrada pelo uso".

Nas demais circunstâncias, não se emprega o hífen: autobiografia, autocrítica, autodidata, autolotação; contragolpe, contratorpedeiro, contraveneno; extrafino, extralingüístico, extraterritorial; infracitado, infravermelho; intracraniano, intramuros, intravenoso; neoclássico, neocriticismo, neogramático, neolatino, neotomismo; protomártir, protovértebra; pseudociência, pseudoprofeta; semibárbaro, semimorto; supracitado, supramencionado; ultraconservador, ultracorreção, ultravioleta.

Fonte: KURY, Adriano da Gama. Para falar e escrever melhor o português. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.

(Continua)

(Porque eu acredito, sim, que copiar ajuda a memorizar.)

27.11.06

Sobre o Festival de Choro (e o lide no pé)

Uma das muitas rodas informais do II Festival Nacional de Choro, Mendes (RJ), janeiro 2006. Tirada daqui.

É o seguinte. Pelo terceiro ano seguido vai rolar o Festival Nacional de Choro, organizado pelo pessoal da Escola Portátil de Música. Quem não conhece o projeto da EPM está perdendo uma das iniciativas mais bacanas que tem por aí, que junta promoção da cultura brasileira, inclusão social e diversão garantida. A EPM começou em 2000 com cinco professores e uns cinqüenta alunos, aos sábados, na Sala Funarte, com o objetivo de passar adiante o que esses músicos tinham aprendido the hard way, ou seja, na marra, nas rodas de choro, com os velhos chorões – sem escola formal, sem apostila, sem livro.
Com o tempo e o sucesso das aulas, a notícia foi se espalhando, mostrando que havia uma grande demanda reprimida. O número de interessado foi crescendo tanto que foi preciso arrumar mais professores. Mudaram de lugar, da Funarte para a UFRJ, na Lapa. De lá para um casarão no bairro da Glória, onde já contavam 400 alunos (selecionados entre mais de mil inscritos). Hoje em dia as aulas (sempre aos sábados) acontecem no campus da Uni-Rio, na Urca, e os alunos são mais ou menos 600, para 23 professores (entre eles Luciana Rabello, Mauricio Carrilho, Pedro Amorim, Cristóvão Bastos, Bia Paes Leme, Jayme Vignoli, Rui Alvim, Marcelo Bernardes, Celsinho Silva, Oscar Bolão e outros). Há cursos de violão de 6 e 7 cordas, cavaquinho, bandolim, contrabaixo, piano, acordeom, canto, flauta, clarinete, saxofone, trompete, trombone, pandeiro, percussão. Tem também as aulas teóricas, de harmonia, história do choro, percepção musical, composição, arranjo. E tem os grupos já mais ou menos fixos que se formaram lá, a Camerata Portátil e a banda Furiosa Portátil. Além dos regionais que se criaram por ali e hoje tocam em tudo quanto é canto.
Em 2003 e 2004 o projeto teve patrocínio da El Paso, e as aulas eram gratuitas. Desde o ano passado a patrocinadora é a Petrobras, e em 2006 começou a cobrança de uma taxa de R$ 150 por semestre – sendo que quem comprovar que não tem como pagar pode ter bolsa integral. Eu estudo cavaquinho na EPM desde 2004, sou testemunha ocular (e auditiva) da seriedade e do comprometimento das pessoas envolvidas. Ao mesmo tempo, me emociono ao ver os resultados, que não são nada menos que excelentes. Lá tem alunos de todas as faixas etárias e todas as classes sociais. Tem gente que vem de outras cidades para ter aula aos sábados. Tanto quem tem outra profissão e quer tocar por hobby quanto quem quer se profissionalizar tem espaço lá dentro, e essa mistura gera um clima muito positivo. Você vê os moleques que caíram lá de pára-quedas, que tocavam cavaco nos conjuntos meia-boca de pagode, e que hoje em dia são fissurados pelo choro, sabem tudo e ainda compõem umas polcas de vez em quando. (Porque tem isso também, a quase obsessão de mostrar que o choro é um gênero que se renova, que não é o “chorinho” e que não está preso a Brasileirinho e Noites Cariocas.) Ou então os coroas do violão que tocavam Wave e Garota de Ipanema e hoje tocam, além disso, Pixinguinha, Jacob do Bandolim e músicas novas do Mauricio Carrilho. Ou as flautistas que vieram da música clássica e hoje sabem tudo do Joaquim Callado e amam o Altamiro Carrilho.
Com o sucesso da empreitada e a cobrança do pessoal de fora do Rio surgiu a idéia de fazer um festival nacional. O primeiro e o segundo foram em Mendes (RJ), num hotel-fazenda que antes era um seminário de padres, e possibilitava que as pessoas se hospedassem, fizessem as três refeições e tivessem as aulas no mesmo lugar. Era um “campo de concentração”, porque ninguém saía de lá, por uma semana. Este ano de 2006 o festival homenageou Radamés Gnattali, por causa do centenário, e por ter sido um cara tão especial para o choro. Em 2007 é o ano Anacleto de Medeiros, porque faz 100 anos de sua morte (pra ver como o choro tem mais de 150 anos de história). Não vai ser mais em Mendes (porque o hotel agora voltou a ser um seminário), e sim em São Pedro, no interior de São Paulo, no mesmo esquema de “hotel-fazenda/campo de concentração”.
O Festival realmente é o máximo. No de 2005 eu só passei um fim de semana, mas no de 2006 eu me matriculei, tirei uma semana de férias do trabalho e fiz o curso completo. É difícil descrever para quem não estava lá o quanto foi maneiro encontrar tanta gente de tantos lugares com as mesmas afinidades musicais. Aula de manhã e de tarde, rodas de choro e de samba pela noite adentro. As aulas eram ótimas, e as práticas de conjunto, verdadeiramente divinas. Eu caí num regional com um flautista pernambucano, dois violonistas baianos e um pandeiro de Belo Horizonte. E tem sempre uns argentinos, espanhóis, dinamarqueses e franceses que aparecem e ficam loucos. Além dos regionais, tem as orquestras, as bandas, tudo formado, arranjado e ensaiado em uma semana. É uma loucura, mas as pessoas são tão movidas pela paixão da coisa, que acaba funcionando, e no final não tem jeito, todo mundo chora. (Quando eu digo que é paixão, é porque é mesmo. Por exemplo, em 2007 o festival não tem patrocínio. (A Escola tem, mas o Festival, não.) Não é de graça, os alunos vão ter que pagar pela hospedagem no hotel. Mas os professores não vão receber, porque não tem grana. Ia ter. Mas não teve. E aí? Bom, aí resolveu-se fazer assim mesmo.)
Então é isso. Eu faço essa propaganda aqui, de graça e com muito gosto. Quem gosta de choro e toca algum instrumento deve fazer um favor a si mesmo e ir. Quem mora nas imediações de São Pedro deve ficar ligado para os shows que vão rolar na cidade (provavelmente na abertura e no encerramento). De 3 a 11 de fevereiro. Que é bem para comemorar a minha saída do atual emprego, onde fico só até 31/01. (E o lide veio no pé!)

A fila anda

Frase do fim de semana. Um pai de adolescente de 15 anos comenta com outro pai de adolescente de 15 anos, ao deixar a filha numa festa e observar os olhares dos meninos de 15 anos para as meninas:
-- Pois é, passamos de consumidores a fornecedores.
As feministas tiveram síncopes de indignação, eu ri muito.

25.11.06

Donato salva

E para encerrar uma semana turbulenta (para dizer o mínimo) no trabalho, eis que me caem no colo quatro convites para ver João Donato e Bud Shank no Mistura Fina. Com comida e bebida liberados, à vontade (é aí que você se descobre mesmo um pobre de raiz: quando não consegue resistir a um jabá desses e fica pedindo uma caipirinha atrás da outra). E eu tinha até esquecido como um show de jazz pode ser tão bacana. Ainda mais ao lado de F., A. e J., que não se conheciam mas já viraram amigos.
Não sei vocês, mas eu acho o Donato o fino do fino, com seu piano quase mínimo e suinguero até não mais poder. Se abrirem a igreja dos donatistas devotos, estarei lá.
(E depois que o show acabou e todo mundo já tinha ido embora ele voltou pro piano e ficou ali, dedilhando várias coisas... do Debussy!)
Um pouco do Quem É Quem, um dos meus favoritos, para alegrar o sabadão de sol.

http://www.goear.com/listen.php?v=525b782

23.11.06

Baby boom

Acho que vou abrir uma poupança só para bancar os tantos chás-de-fralda que vou ter que ir no ano que vem. A cada dia, uma novidade.
Pqp!

Dicas para um natal descolado


Então já é Natal, né? Aquela lenga-lenga toda. Haja saco -- não para a celebração em si, mas para esse mês que antecede, essa fúria do comércio, essa felicidade compulsória.
Como muita gente, eu por muitos anos me desdobrei entre as festas de Natal da família da minha mãe e da família do meu pai. A do meu pai sempre foi um saco, bem deprê. Para vocês terem uma idéia, até pouco tempo eu era a última criança que tinha tido na família. (Por sorte há 4 anos tem minhas priminhas lindas, mas elas moram na Inglaterra e nem sempre podem vir.)Então há alguns anos eu tive uma conversa franca e carinhosa com a minha avó, e falei para ela que não queria mais ir naquela ceia que mais parecia filme do Mike Leigh sobre os operários ingleses gordos feios sujos e infelizes, ela entendeu, e ficou tudo bem.
Já a família da minha mãe é muito mais divertida. E nunca fez ceia de Natal justamente para não competir com as outras famílias, dos cônjuges. De um tempo pra cá passamos a fazer um brunch no dia 24, na casa da minha (outra) avó (aquela figuraça). Mas em 2003 ela morreu, e a gente continuou fazendo o brunch lá, mas começamos a achar que dava muito trabalho para a minha prima, que fazia tudo sozinha, e tal.
Então no ano passado tivemos a idéia de fazer o brunch no Zona Sul do Leblon. Pra quem não sabe, o Zona Sul é a rede de supermercados chiquezinhos da Zona Sul do Rio. É onde você pode comprar aquele azeite extra-virgem importado, e a sua mostarda de Dijon favorita. Além disso, algumas filiais têm pizzaria à noite e bufê de café da manhã durante o dia. Deu super certo, pegamos um mesão, foi uma porção de primos, tios, agregados, dominamos um cantinho do supermercado numa grande confraternização que atraiu olhares curiosos dos funcionários e clientes da loja, especialmente aqueles estressadíssimos com as compras de última hora do Natal.
Até que uma certa hora alguém lembrou que não tínhamos feito o tradicional amigo oculto de Natal (parece que em São Paulo diz-se "amigo secreto"). Realmente, não tinha passado pela cabeça de ninguém. Então resolvemos fazer ali mesmo, na hora. Escrevemos os papeizinhos, sorteamos e fomos comprar os presentes ali mesmo, no supermercado.
Nem preciso dizer o quão hilária foi essa cena. Um monte de gente junta, olhando papeizinhos, e de repente, "Ok, 1, 2, 3 e já" e todos disparam por entre as prateleiras, trocando olhares de esguelha e risinhos incontidos.
Voltamos para a mesa e fizemos a troca dos presentes. (Eu e ele saímos do evento como o casal manguaça -- eu ganhei um vinho, ele, uma caixa de cerveja.) E então chegou o momento mais figura, quando todo mundo teve que devolver os presentes para passar no caixa e pagar -- para em seguida, do lado de fora, rolar o re-presenteamento.
Ontem estava falando com minha outra prima, combinando o que vamos fazer este ano, e como o Natal passado tinha sido legal e poderíamos fazer de novo o mesmo esquema. Só que este ano quem sabe na Fnac ou na Modern Sound?

22.11.06

Extra! Extra!



Não dá pra perder.

Depois conto mais.

Vejam mais informações aqui.

20.11.06

Ah, é

Fiz outras coisas em São Paulo, além de comer e beber.
Fui à Bienal, que detestei.
Conheci o Teatro Fecap, na Liberdade, que é maravilhoso. Totalmente voltado para a MPB, a qualidade do som é uma coisa do outro mundo.
Morri de rir com coisas como
"Siga aquele prédio!"
"Isso dá o maior ligão"
ou
"Zarabatana nele!" (essa é pra eliminar alguém que esteja incomodando)
Soube que o primeiro projeto do Clodovil para seus eleitores paulistanos será unir o Minhocão ao Rodoanel. Haha.
Vi a comemoração dos mineiros com a volta do Galo à série A e a dos tricolores com o campeonato antecipado do SPFC. Vou te contar, eu odeio pontos corridos.
Constatei que táxi e metrô estão mais caros no Rio.
Mofei por uma hora e meia em Congonhas.

Comeindo e bebeindo em SP

Pontos altos da estadia paulista:

Haru - estou a anos-luz de ser uma conhecedora da culinária japonesa, apesar de apreciar bastante. Mas esse restaurante foi pra mim uma epifania. Peixes até então desconhecidos e acepipes inimagináveis me deixaram nas nuvens. Dizem que o dono é filho de um bambambã entre os japas locais, o Sushi Guen. O Haru é ali no Itaim, na rua Manoel Guedes.

Frangó - já tinha ouvido falar tanto desse bar, na Freguesia do Ó, e mesmo com as expectativas lá em cima fiquei positivamente surpresa. Por fora você não dá nada por ele, mas lá dentro, é outra coisa. Ficamos no andar de baixo, que mais parece um bunker saído de um filme sobre Berlim em 1942. Tem trocentas cervejas do mundo inteiro, uma coxinha de galinha fantástica, e disse o dono que é o único lugar fora da Bélgica e da Holanda que tem chope trapiste (La Trappe) tirado lá mesmo. Hmmm, babei só de lembrar. Tem também filé mignon ao molho de Guinness. Que coisa mais ou menos, né?

Churro da Mooca - da Freguesia do Ó para a Mooca, tipo roteiro paulista, meu. Este lugar é totalmente bizarro. Um balcãozinho no meio de um bairro residencial, que só funciona nas noites de sexta pra sábado e sábado pra domingo (e vésperas de feriado) e só abre às 2 da manhã! Lá você compra um churro artesanal, feito por um velhinho, em forma de "roda" (tem a roda pequena, a média e a grande). Parece uma cobra, ou melhor, a gente apelidou singelamente de "tênia". Come-se com canela polvilhada. Pra acompanhar, leite com chocolate, quente ou frio. (Isso tudo é tão inacreditável que custo a crer que não sonhei esse roteiro todo. Mas estava, claro, cheio à beça.)

Mestiço - "como assim, você não conhece o Mestiço?" foi o que eu ouvi o tempo todo. Pronto, agora já conheço o simpático restaurante, mais arrumadinho, que mistura culinária thai e baiana. Bebi 2 Cosmopolitan, pra completar o melting pot.

Tocador de Bolacha - na over-lotada Vila Madalena, o Tocador de Bolacha é um oásis. O lugar é agradável, não estava nem um pouco cheio (na sexta à noite), a cerveja é de garrafa e (incrível!) a música ao vivo é uma grata surpresa. Quando os músicos acabam os sets, toca a ótima coleção de LPs dos donos. "Fomos saídos" de lá às 4h.

Consulado Mineiro - na praça Benedito Calixto, com mesinhas do lado de fora, carne de sol e escondidinho que são tu-do. E cervejinha gelada, sempre, e de garrafa. Uia.

Pizza - no Rigoletto e na Vica Pota, mas apenas normais, não fizeram jus à gastação de onda que paulista tem com pizza.

Então...

A viagem a São Paulo foi tão legal que eu até esqueci que acordei na quinta-feira, sozinha em casa, com a cozinha alagada graças a um cano entupido. Sim, tive que esfregar o chão da cozinha, lavar todas as panelas, esvaziar todas as gavetas e lavar todo o seu conteúdo, mas tudo isso ficou pra trás com a recepção tão calorosa dos amigos paulistas.

15.11.06

Flamenguísticas


A história flamenguística de hoje me foi contada por M.C., flamenguista da mais fina estirpe, membro de tradicional família rubro-negra, e se passou em sua infância/adolescência, no subúrbio do Rio. Diz que um dos amigos da rua, com quem jogavam futebol, sofreu um acidente sério, de trem. Alguma coisa como o cara botou a cabeça pra fora do trem e não viu que vinha uma pilastra -- daí dá pra ter uma idéia da gravidade da coisa. O fato é que o moleque perdeu um pedaço da cabeça, perdeu uma parte do crânio, e deve ter ficado uma versão bizarra do homem-elefante. Sabe-se lá como o cidadão sobreviveu, mas o fato é que, por um bom tempo ele ficou abobado, e não falava nada.
Ou quase nada.
Diz a lenda que a única coisa que ele conseguia falar era "Mengo".
(Eu fico toda arrepiada só de lembrar da história, de tão linda...)
Ao que parece, depois de um tempo ele melhorou e voltou ao convívio dos amigos. Dizem inclusive que voltou a jogar futebol, e que cabeceava só com a metade de cabeça que tinha (!).

14.11.06

Meditação sobre o Tietê

Vou fazer a Ponte Rio-Niterói dos feriados, e emendar o de amanhã, 15/11, com o de segunda, Dia da Consciência Negra, 20/11. Na quinta vou para SP. Quando falei pro meu tio que ia passar o meu feriado em São Paulo ele me lembrou de uma velha piada, que dizia que o concurso do Chacrinha tinha prêmios para os três primeiros colocados:
3º colocado: uma semana em São Paulo, com tudo pago.
2º colocado: dois dias em São Paulo, com tudo pago.
1º colocado, o campeão: ir e voltar de São Paulo no mesmo dia.

Hahaha.

Mas eu gosto de São Paulo. Para visitar, bem entendido. É uma cidade jóia, quando você não está com pressa.

Água do meu Tietê,
Onde me queres levar?
- Rio que entras pela terra
E que me afastas do mar...
(M. de A.)

Em busca do professor Pardal


Uma das conseqüências do meu não-hábito de assistir televisão é que, cada vez que assisto, acho coisas inacreditáveis. Sábado caí de pára-quedas num programa da Sony chamado American Inventor, que me deixou mesmerizada. É um concurso, que passa por várias cidades americanas, em busca daquela que será “a” grande invenção americana – e, claro, “o” inventor americano. Tem 4 jurados — um industrial britânico, um publicitário nova-iorquino, uma executiva de marketing especializada em consumo feminino (cuja empresa se chama Just Ask a Woman) e um inventor profissional (?) — e o concorrente precisa do “sim” de 3 deles para passar à fase seguinte. Pelo que entendi, são 12 finalistas que ganham US$ 50 mil para aperfeiçoar o seu invento, e o grande campeão, a ser eleito pelo público, ganha US$ 1 milhão. Várias coisas me impressionaram: as filas, pelas ruas afora, com os candidatos a inventores; as invenções; as performances dos inventores demonstrando seus produtos aos jurados; o drama pessoal de cada um deles (muitos dedicam a vida à invenção que estão apresentando ali, investem dinheiro, etc.); a obsessão americana (o inventor americano, a invenção que estará nos lares americanos, o produto de que a América necessita, a invenção que seduzirá o público americano, o espírito americano etc.). As invenções são de fato inacreditáveis (inacreditável também é este site, que traz todas elas).
Mas me empolguei, e finalmente achei um pretexto para falar sobre as coisas que não entendo como não foram inventadas – ainda.

O guarda-chuva de verdade – Se você reparar bem, a parte mais protegida (e seca) de um guarda-chuva é o cabo. Você fica em segundo plano, pelos lados, tentando se proteger chegando o mais próximo possível do cabo. Na verdade, o guarda-chuva como é hoje serve, numa chuva de verdade, para quem anda de chapéu e sobretudo. De resto, você se molha todo e o guarda-chuva só serve para manter um resquício de dignidade, e resguardar os cabelos de não ficarem totalmente ensopados. O guarda-chuva de verdade seria uma simples adaptação do cabo, que faria uma curva para o lado, deixando você no meio e um pouco mais protegido.

A buzina interna – Tenho um problema pessoal com pessoas que buzinam. Acho o supra-sumo da falta de educação. Moro bem perto de um hospital e as pessoas não estão nem aí, buzinam até sem motivo, assim, “para extravasar”, sacomé? A buzina interna seria um dispositivo simples colocado do lado de dentro do carro, bem perto do ouvido do motorista. Assim, quando ele aciona a buzina, o próprio som da buzina, além de sair normalmente, soaria também, e mais alto, bem no ouvido do motorista. Voltaria portanto a buzina ao seu objetivo inicial, de ser usada apenas em horas de emergência.

O banquinho da pia – Lavar louça está no top 5 das tarefas domésticas mais chatas (fica atrás de tirar roupa do varal – e guardar a roupa em seguida – e tirar o lixo). Mais ainda porque você tem que ficar em pé o tempo todo, na função. Não dá para sentar porque nunca tem espaço debaixo da pia. O banquinho da pia ficaria acoplado em trilhos que deslizam para baixo da pia, roubando um pouquinho do espaço tradicionalmente dominado pelo paneleiro, e, na hora de lavar aquela louça toda, você puxa e senta. Sim, uma ou duas panelas a menos, mas as varizes... que diferença!

Estão aí minhas idéias, se alguém quiser investir 50 mil dólares para que eu aperfeiçoe alguma, podemos conversar.

11.11.06

Olé! Bacon no cabelo!

A droga do dote é todo da gorda
A diva em Argel alegra-me a vida
Olá, galo
Assim a aia ia à missa
Rir, o breve verbo rir
É pesado? Foda-se, pé!
Tucano na CUT?
Aí é luta, patuléia
Socorram-me, subi no ônibus em Marrocos
Oi, rato otário
É a mãe! É a mãe!
Lá vou eu em meu eu oval

A incrível vida dos palindromistas, no nº 2 da revista piauí.

10.11.06

Sorry, periferia*

Mary Cassatt, "Young Lady Reading"
Foi mal, mas é que não dá para não gastar essa onda:
podem morrer de inveja, que eu já li o livro novo dela.
Haha, VIP é pouco!
(Preciso dizer que o blog dela foi o primeiro que eu realmente acompanhei? Que foi ela que me trouxe para esse mundo? Não precisa, né?)

* E esse blog, hein? Sensacional. Dica dele, é claro.

Helpdesk Bloglines

Você aí que usa Bloglines, me responda:

- Por que os sites .zip.net aparecem como tendo feeds, você assina e tal, mas eles não atualizam nunca no menu do Bloglines?
- Por que alguns sites .blogspot não têm feeds e eu meu tem sem que jamais tenha feito nada para isso?
- Por que alguns ficam dando como atualizados o tempo todo, mas quando você vai ver é o mesmo post que você já tinha visto antes, sem novidades?
- Por que não consigo ver quem são meus fiéis 5 assinantes?

por que? por que? por que?

Joie de vivre


Hoje é sexta-feira.

8.11.06

O duelo


Pegando carona no post dele, que duelou com a Britney, aqui vai o meu duelo pessoal. Escolhi o Fenômeno porque acho significativo que ele seja apenas 15 dias mais velho do que eu.

Ronaldo x anna v.

30 anos x 30 anos
Contratado pelo Real Madrid x Contratada pela ***
Posição atual: no banco x Posição atual: no banco
1 filho (conhecido) x zero filho (com certeza)
2 casamentos desfeitos x 1 casamento em vigor
Milionário x Vendeu sua scooter para comprar um piano
Carioca de Bento Ribeiro x Carioca do Leblon
Maior goleador da história das Copas x Medalha de ouro no jogo de damas nas olimpíadas da 2ª série, no colégio
Patrocinado por Nike, Tim, Audi, Ambev e Santander x hehehe
Embaixador da Boa Vontade da ONU x Subsíndica de seu condomínio
Ídolo mundial x 250 amigos no orkut
worldofronaldo.com x terapiazero.blogspot.com
Vai acabar no Flamengo x Vai torcer por ele no Flamengo

7.11.06

Lullaby

Matisse, "Sleeping model"

— Mãe, não consigo dormir.
— Chama o sono que ele vem.
— Sonooo!
— Não, filha, tem que fechar os olhos e chamar em silêncio. Só assim que o sono vem.

Para onde vai o sono das horas que eu não durmo?
Em que recanto se armazena todo o sono perdido enquanto me viro na cama, os olhos cansados, o corpo pesado, sem encontrar conforto?
Quisera conhecer esse depósito do sono desperdiçado, esconderijo de sonhos tranqüilos, paraíso dos insones.

6.11.06

Táctil

"Essence - Blue"

Na escola, sempre achei o tato o mais desprezado dos cinco sentidos. Talvez porque seja difícil imaginar o que seria a sua ausência. Ninguém tem problemas em entender o peso da privação da visão ou da audição. E bem ou mal, podemos imaginar, mesmo que vagamente, porque são casos mais raros, o que seria de repente não ter mais os sentidos tão ligados ao nosso dia-a-dia, que são o olfato e o paladar. E nisso tudo, o tato ficava um pouco relegado àquelas experiências da aula de ciências, de colocar as mãos numa caixa fechada e sentir o veludo, a lixa, a gelatina.
Ninguém ensina, na escola, a outra concepção de tato: o cuidado ao tratar com outrem. A preocupação com o bem-estar de quem se gosta, na hora de dar notícias que podem ser desagradáveis, que podem magoar. No fundo, a habilidade de tocar as pessoas, os seus sentimentos.
Essa semana, mesmo, fiquei bem chateada por um caso que se pode diagnosticar como total ausência de tato. O fato em si não é grave, não é ofensivo, poderia até mesmo ser um motivo de muito júbilo e comemoração (este texto, hein, com “outrem” e “júbilo”, vou te contar...), mas da forma que foi feito foi tão desagradável, tão indelicado, que me deixou magoada. Por falta de tato.
A expressão “cultivar uma amizade” é um verdadeiro achado. Cultivar é ter um cuidado constante. Você não pode abandonar, deixar secar, nem afogar em muita água. Tudo isso pode matar. Cultivar é ter cuidado e atenção, preocupar-se e ouvir as necessidades do outro. Tato.
E agora vejo-me do lado oposto. Uma amiga querida me escreveu dizendo que vai se casar. Eu, que acompanho o relacionamento de-perto-de-longe (porque ela mora em São Paulo, mas sempre me coloca a par de todos os detalhes) desde o início, tenho a impressão fortíssima de que não vai dar certo. É o tipo do casamento que tem todos os ingredientes para dar errado. Relacionamento muito recente, imensas diferenças entre os dois que já causaram sérios abalos no namoro, e sabe-se lá que outras surpresas podem ser reveladas nos próximos meses. Mas ao mesmo tempo, é claro que fico feliz por vê-la feliz, e ela está nas nuvens. Enfim, uma situação delicada. Preciso de tato, muito tato. Porque, na minha humilde opinião, ela está casando pela idade. Ou seja, está casando com quem está com ela neste momento, porque ela sente que é o momento para casar – o “com quem” importa, claro, mas menos. Se namorasse este mesmo cara aos 21 anos, não pensaria em casar com ele, não teria a convicção de que ele é “o” cara. Mas como já tem 31, o tempo urge. Mundo cruel, muito cruel. Mas claro que não vou dizer isto. Vou dizer que acho muito precipitado (apesar de ela já ter se antecipado e dito “não é uma coisa precipitada e impensada!”, o que só deixa mais claro que é, sim, precipitado), que não vejo necessidade de tanta pressa, que eles podem se conhecer melhor, que o melhor é morar junto um tempo, e depois, se estiver tudo ótimo, faz uma cerimônia consolidando a união... E dizer isso sem parecer o arauto das más notícias e a ave do mau agouro, só com muito, muito tato.
Segunda-feira de suspiros.

3.11.06

Boladona

Do Orkut, onde a vida é mais bizarra:

J. convidou você para participar da comunidade: Bonde das Gatas Boladonas

J. é filho de um casal de amigos. Tem dez anos, e há algum tempo é meu "amigo" no Orkut.

Intrigada, fui ver a comunidade. O que posso dizer? Cheia de gatas boladonas. (Só vendo para entender)
Comunidades relacionadas:
"Sou Meiga" - 156.549 membros
"Amigos Tbm Dizem Eu Te Amo" - 605.614 membros

Soltando a velha coroca que me habita: onde essa juventude vai parar??!!

Ao mesmo tempo, talvez seja uma deferência ele ter me convidado para essa comunidade (que, diga-se em sua defesa, não foi criada por ele). No mínimo eu devo me sentir honrada por essa confiança. Você consegue se imaginar aos dez anos convidando uma amiga dos seus pais para a comunidade Bonde das Gatas Boladonas? Eu não. (Eu sei que quando você tinha dez anos não existia Orkut, mas pense numa coisa equivalente, daquela época. Não sei o que pode ser, mas faça um exercício de imaginação!)
De modo que, a gente sabe, adolescer é muito duro. Mas pré-adolescer talvez seja muito mais. (E, claro, ser mãe de um pré-adolescente, mais ainda...)

2.11.06

O que eu quero ser quando crescer


Até a última ida ao supermercado, eu achava que não poderia haver profissão mais maneira do que Tituladora de Operações da Polícia Federal.
Agora descobri uma que ultrapassa as operações Narciso, Cevada, Vampiros, Anaconda etc.: Inventora de Sabores para Biscoitos Wafer Bauducco. Os caras estão chegando às raias da loucura com as combinações chocolatícias! Senão vejamos:
  • Chocolate
  • Chocolate com avelã
  • Brigadeiro
  • Chocolate branco
  • Chocolate crocante
E a última descoberta...
  • Triplo chocolate (meio amargo + ao leite + branco)!
Me pergunto quais serão as qualificações necessárias para o cargo...

Law & Order na PM-RJ

A equipe de "Lei & Ordem": alienígenas?

Anteontem voltei mais cedo do trabalho. Deveria ter escolhido dormir ou ficar ouvindo música, já que não estava com disposição para ler. Mas não, em vez disso, fui ver televisão. Tolice. Acho que nunca vou deixar de me espantar com a chatice dessas séries da TV a cabo (aliás, por que agora se chamam séries, e não mais seriados, como antigamente? E por que agora os nomes não são mais traduzidos, como eram antes, nomes incríveis como Profissão: Perigo, A Gata e o Rato ou Casal 20? E por que nem mesmo os nomes dos canais são traduzidos? Por que não Canal Universal ou Canal Warner? Que babaquice.)
São poucos os temas das séries: dramas/comédias familiares, policiais, ou a dura rotina dos hospitais (e o interesse do público pelos conflitos entre médicos, pacientes e enfermeiros permanece um imenso mistério – mais um – para mim). Ah, claro, tem também o tema “pessoas perdidas numa ilha se matando”, mas não sei se isso já se tornou uma tendência per se.
Bem, as séries policiais. São sempre umas equipes VIPs que têm acesso ao estado-da-arte de toda e qualquer tecnologia. Fico imaginando o quanto as delegacias normais devem detestar esse pessoal do FBI que aparece em Criminal Minds ou Law & Order: Special Victims Unit. (“Law & Order” é demais, né? Tipo, é nóis! Ordem e Progresso!) Porque eles devem chupar toooodos os recursos orçamentários destinados à segurança. Esses conflitos alguém mostra? Mas enfim, a tecnologia, pelo que percebi, serve como um excelente atalho nessas séries. Tudo e todos podem ser encontrados pelos supercomputadores do FBI. De modo que não se perde mais tempo indo atrás dos suspeitos. Gente, o que são aqueles computadores? E os bancos de dados, hein? Com um fragmento de um rosto que apareceu refletido num espelho numa filmagem tosca de câmera de segurança, um programa de reconstituição facial cruza os dados com todo o banco de dados da América e fornece... um suspeito! Um único! E é “o” cara! E aí nem tem mais a preocupação de “como vamos achar esse cara?”. Não! O computador informa tudo, a cena seguinte é o cara sendo algemado. Os episódios se desenrolam, assim, num ritmo muito, muito frenético, que eu, juro, tenho dificuldade para acompanhar. Claro, claro, a culpa é minha.
Mas isso tudo fica tragicômico já que estou lendo agora Elite da Tropa, aquele livro que fala sobre o Bope, o grupo de elite da PM do Rio. E lendo este livro e vendo a polícia nas ruas, me sinto uma perfeita idiota assistindo a essas séries com essa polícia tecnológica e incorruptível -- alienígena, eu diria. Você não?
Ao mesmo tempo, é devastador que uma polícia inteligente e honesta se afigure como algo alienígena. A perda simbólica da polícia como instituição que protege é tão grave que nem sei como se reverte essa situação. Será que apenas pagar melhor, investir em formação e educação resolve? Já não sei mais.

1.11.06

A hora do pesadelo

E os nossos sorrisos vão ficando mais amarelos e mais e amargos...

Da coluna do Ancelmo Góis hoje, a nota lacônica:

Roseana na Cultura
Há uma articulação para fazer de Roseana Sarney ministra da Cultura.

A notícia é devastadora para todos nós, mas em especial para ela...
Aliás, não vi a Cultura ser assunto em nenhum dos debates dos presidenciáveis. Alguém viu? Mais um pouco e vão convencer a todos nós que não é um tema relevante mesmo. Quando penso que a briga é para que seja destinado à cultura 1% (UM POR CENTO) do Orçamento da União e nem isso conseguimos...