31.1.09

Ficou ruim, né?


Eu e Obama mudando a decoração da casa

Essa mudança de layout.
Não gostei.
E não dá pra voltar atrás.
Blé.
Quer dizer, mudança mais ou menos, a cara é a mesma.
Mas os detalhes...
O espaçamento entre as linhas ficou tão apertado.
Muito ruim de ler.
E não dá pra mudar isso.
Droga.
Pra completar, sumiram com o meu antigo blogroll.
E só consegui lembrar do endereço exato de pouquíssimos, que são esses aí ao lado.
Entonces, amigos.
Você que lê e frequenta esta bodega, e não está elencado aqui à esquerda, me manda o endereço do seu blogue, porque eu gosto de prestigiar os amigos, e fiquei chateada disso ter sido perdido.
E, claro, se alguém souber como mudar essa p*orra de entrelinha para 1,5, me avisa, sim?
Have a nice weekend.

anna v. vive

Foram dias difíceis, mas sobrevivemos.
Mathilde ficou boa, eu também; a água voltou, o marido também.

Nesse meio tempo, F. indicou este blogue a um prêmio, o que muito me deixa lisonjeada, e nasceu o filho da Isabella, depois de incríveis 42 semanas e 2 dias! (Parabéns, querida. Que ralação...)

Estou gostando bastante do trabalho novo. Tipo lua-de-mel. Mal posso acreditar que me tenha aparecido este emprego do jeito certo, no momento mais exato. E ainda tem o doce mundo da carteira assinada, incluindo auxílio-creche, vale alimentação, plano de saúde (inclusive odontológico), vale transporte e bolinho todo mês para os aniversariantes. E a vista da minha sala é linda (fotos depois).

Acho também que vou dar uma guaribada neste blogue. Uma coisa assim ano novo, sabe? Como minha amiga T., que está fazendo hoje, dia 31/1, uma festa de réveillon, que chamou de segunda chamada para 2009 (porque o réveillon dela foi um desastre, ela precisava de mais uma chance).

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19.1.09

anna v. ist kaput

De modos que hoje, segunda à noite, a situação está no seguinte pé:

A criança pegou a primeira virose braba, a febre vai e volta desde quinta-feira, uma tosse horrorosa, até rouca ela está. Caidinha e molenguinha, só chora baixinho, sem força. Não dorme direito, acorda de hora em hora, e não come nada, a não ser o leitinho que a mamãe, felizmente, ainda tem aos montes. Que dó. O coração da gente faz plaft e espatifa.

O marido está a 6 fusos horários de distância.

Os gênios que estão fazendo obra na caixa d'água do prédio deixaram a minha coluna sem água. Nenhuma. Tive que comprar 15 litros de água mineral na farmácia pra poder escovar os dentes, lavar o rosto etc. Dizem que vêm consertar amanhã. Que é feriado na cidade. Então tá.

A pessoa aqui completou uma semana de emprego novo e, não sem razão, quer causar uma impressão ao menos razoável, sem faltar nem levar 3 horas no almoço. Seria de bom tom não aparecer com olheiras tão fundas, mas aí é querer demais.

Estou gripando também.

Não sei que raio de vizinho de alguma das casas aqui em frente resolveu arranjar um galo. Isso mesmo. Um galo, que canta às 6 da manhã. Canta muito. E não, eu não estou sonhando nem delirando.

De modos que volto aqui assim que as coisas voltarem a um mínimo de normalidade.

10.1.09

A serviço da amizade

Bip Bip, o nosso bar do coração

No finalzinho do ano, ganhamos um exemplar do livro "Bip Bip 40 Anos", uma homenagem editorial ao nosso bar do coração. É uma coletânea de 104 textos escritos por frequentadores (sem trema, ai ai ai, vamos praticando) do Bip. Texto de todo tipo, uns bons, uns péssimos, uns longos, outros curtos. Tem poesia, tem contação de causo, tem crônica, tem de tudo. Os organizadores nos haviam pedido, antes, um texto do nosso grupo, e ficamos de nos reunir para escrevermos juntos, mas é aquela coisa, muita gente, muitas agendas, muitos compromissos, acabou não rolando. P. escreveu sozinho um texto que ficou muito do bom, e nos representou a todos.
Mas confesso que, depois de pronto o livro, me arrependi de não ter nem ao menos tentado escrever alguma coisa.
Porque tenho tanta coisa pra falar do Bip Bip...
Poderia começar o texto como muitos que estão no livro: "Não lembro a primeira vez que fui ao Bip". Mas tenho quase certeza de que foi em 1997. Porque alguns anos antes, a nossa turminha de amigos havia, como dizer, caído no samba. Tínhamos 18, 20 anos, e estávamos em plena lua-de-mel com o samba. Entre nós havia violonistas, um bandolim, um pandeiro, um cavaquinho, e um monte de gente querendo cantar. Ouvíamos diuturnamente os discos Roda de Samba vol. 1 e 2 (1965), do conjunto A Voz do Morro (Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Anescarzinho do Salgueiro, Jair do Cavaquinho), Rosa de Ouro 1 (1965) e 2 (1967), Zé Kéti, Portela Passado de Glória (1970), Cartola, Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito, Candeia, Carlos Cachaça, Geraldo Pereira, Paulo da Portela. Os discos do A Voz do Morro eu acho que sabia cantar, inclusive, na ordem, de tanto que ouvia.
O grande entrave era um lugar onde tocar. Fizemos muitas e muitas rodas em nossas próprias casas (ou melhor, na casa dos nossos pais, como era na época). Íamos também, às vezes, aos lugares onde se tocava samba naquela época, como o Sobrenatural ou o longíssimo Candongueiro, mas isso era mais para escutar, não para tocar (ninguém ainda tinha essa moral).
Aí, no primeiro semestre de 97 eu viajei, passei 6 meses fora. Quando voltei, não se falava em outra coisa: tudo agora era no Bip Bip.
Foi o Bip que acolheu aquele grupinho de pós-adolescentes de classe média da Zona Sul que nunca tinha posto um pé numa favela mas adorava cantar e tocar o dito samba de morro. Uma coisa assim meio Nara Leão, mas sem o apartamento na Atlântica.
Pra quem não conhece, eu descrevo: o Bip Bip é um bar minúsculo que fica numa rua minúscula de Copacabana, bem pertinho da praia, no posto 5. O Bip é tão fascinante quanto incômodo. Lá é tudo apertado, tem pouco espaço para as cadeiras e mesas de dobrar, e estas são quase sempre reservadas para os músicos - que tocam lá pelo prazer de tocar. No Bip não tem couvert artístico, não tem ingresso, e nem pode bater palma, pra não incomodar os vizinhos. (Mas mesmo assim, incomoda. Eu mesma já presenciei muitos arremessos vindos dos vizinhos incomodados.) No Bip não tem comida. Só o amendoim quentinho de cone que o camelô passa vendendo. Quer comer, vai no Bob's, no Rei do Mate, no restaurante da esquina. No Bip só tem cerveja. Em lata. Às vezes quente. Quer dizer, agora tem água também, mas é uma concessão recente. Bem, tem vinho tinto também, e umas batidas de mil novecentos e qualquer coisa. Quem chega pedindo Coca-Cola ouve logo uns risinhos de mofa. Ah, e querendo uma cerveja, você é quem vai na geladeira e pega.
No Bip tem muita gente chata. O Terminal Rodoviário Bip Bip, como chamamos, tantas são as malas que aparecem. Malucos de toda espécie e tamanho, arremedos de sambistas, conquistadores baratos, aristocratas falidas, tocadores de tan-tan, e daí pra pior.
As paredes do Bip são cobertas de quadros com desenhos, textos e fotos. Tudo girando em torno da música popular brasileira e do Botafogo, as grandes paixões do Alfredo, o dono do Bip.
E é incrível que eu só agora, depois de tantos parágrafos, mencione o Alfredinho. Porque ele e o Bip são o que há de mais indissociável. Criador e criatura, um não existe sem o outro.
No livro tem muitas histórias do Alfredo, muito melhores do que eu poderia contar aqui. E ele é, naturalmente, o responsável por toda a parte boa do Bip, que supera em muito o aperto, a falta de opções do cardápio e as malas. Alfredinho tem aquele dom de congregar as pessoas em torno de si para fazer o bem. Para além da caridade verdadeira que ele, como cristão praticante, exerce (ajuda os meninos de rua que vivem por ali, arrecada dinheiro e organiza shows para músicos pobres e doentes, promove almoço de natal para os sem-teto de Copacabana, etc.), o Alfredo parece que tem essa missão de abrigar a música. Tem umas expressões super clichê, como "espaço de resistência", mas não tem jeito, é isso mesmo que o Bip é, graças ao Alfredo. E com esse lado missionário, o Alfredo contagia. Tem o pessoal frequentador assíduo, que bate ponto lá, que nós chamamos de "Família Bip". A Família Bip dá um show, quando precisa. Toma conta do Bip quando o Alfredo, por algum motivo, não pode; organiza eventos, no Bip ou fora dele; prestigia os músicos que vão lá tocar, sejam bons ou ruins. Tudo graças ao contágio de boa vontade que vem do Alfredo.
Eu sei, parece que estou exagerando, mas não estou. Leiam os textos do livro, e vocês vão ver.
O Bip Bip fez 40 anos no último dia 13 de dezembro. Ou seja, foi inaugurado no dia do AI-5. (O Alfredo só comprou o bar nos anos 80.) Por uma dessas coincidências da vida, é, há tempos, o espaço da liberdade.
Na frente do Bip tem um cartaz bem tosco, feito no computador, atualizado todo ano. Desde dezembro, lê-se lá:
Bip Bip: 40 anos a serviço da amizade
Amém.

Bip Bip
Rua Almirante Gonçalves, 50
Copacabana, Rio de Janeiro.
Aberto todo dia, das 19h à 1h (mais ou menos)
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3.1.09

12 meses


... Nesta data querida...