30.3.09

Segunda Pessoa

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Se há facto estranho e inexplicável é que uma criatura de inteligência e sensibilidade se mantenha sempre sentado sobre a mesma opinião, sempre coerente consigo próprio. A contínua transformação de tudo dá-se também no nosso corpo, e dá-se no nosso cérebro consequentemente.

Toda segunda-feira, um cadinho de Fernando Pessoa.
Porque sim.

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29.3.09

A doçura das Minas Gerais

A semana passou voando e nem pude escrever aqui que na terça conheci a Meg do Na mesa de um bar (nome de blogue que realmente eu gostaria de ter pensado antes dela...), que estava no Rio a trabalho. Não me canso de louvar as coisas bacanas dessa vida de blogue, e conhecer pessoas é, sem sombra de dúvida, a coisa mais bacana de todas. A Meg é toda assim, superlativa absoluta sintética: é bacaníssima, faz um trabalho seriíssimo de meio ambiente, mas ao mesmo tempo é uma pessoa descontraidíssima, naturalmente elegantíssima, e deu dicas preciosíssimas sobre assuntos maternais. Tudo com aquele jeito doce e cativante que só os mineiros dominam.
Como ela estava hospedada num hotel de Copacabana, tratei de levá-la ao Bip Bip, meu bar de coração. Não estava lá nos seus melhores dias: a música estava mais ou menos (mais pra menos), não tinha mesa pra gente (tivemos que ficar sentadas nas cadeiras segurando nossas próprias cervejas), mas o Alfredinho estava lá, contou mil e uma histórias como sempre, e a frequência do bar estava a fauna costumeira, responsável pela fama do lugar. Enfim, é como ir ao Corcovado num dia nublado: não é o máximo, mas não deixa de ser bom também.
E ela disse que gostou. E eu acreditei.
Só falta agora eu tomar vergonha na cara e ir conhecer BH.
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O mistério do Zé Pereira

Mathilde ficou confusa: Zé Pereira? Zabelê? Caxanguê? Oh céus!

Sinto que abri uma espécie de Caixa de Pandora com o post abaixo, pedindo aos amigos leitores que compartilhassem sua própria versão de Escravos de Jó. Terminei muito mais confusa do que antes. Tudo o que eu queria era resolver nossa pendência doméstica: eu sempre cantei Deixa o Zé Pereira ficar, ao passo que marido canta Deixa o Zé Pereira entrar. Quanto isso, minha vitória foi esmagadora: todo mundo canta que, quem quer que seja, deve ficar, e não entrar.
Mas o assunto não se esgotou aí.
Teve gente, como o César e a Ana Valéria, que aparentemente cantam apenas "deixa ficar", sem especificar quem deve ficar. Imagino que a ideia seja algo como "ah, deixa rolar!, deixa quieto!". Ok, é uma possibilidade. Depois começaram as múltiplas opções sobre quem deveria ficar. O Zé Pereira, o Zabelê da Alena e da mãe da Isabella, o Canjerê da Cam, o Caxanguê da Ana... O último comentário, de um leitor anônimo, foi o mais elucidador. Não sei quem você é, caro Anônimo, mas com certeza é o maior especialista no assunto, dentre todos que comentaram. Porque, segundo ele, em Minas a versão é a da Cam, do "Canjerê", que significa "feitiço, despacho". Isso sim fez algum sentido pra mim. Porque, até esse comentário surgir, eu já estava encucada com outro problema: o que faz o sr. Zé Pereira -- que é, como todos sabem, uma figura icônica do Carnaval ("Viva o Zé Pereira/ Viva o Zé Pereira/ Viva o Zé Pereira/ Viva o Carnaval!" ou "Tum tum tum/ Zé Pereira!/ Tum tum tum/ Zé Pereira!") -- nessa brincadeira de escravos?
Ãn-fãn. Considero o assunto encerrado.
E conclamo todos a comprar o CD infantil da Tatiana Rocha, para variarmos um pouco dessas maluquices de caxangás e donas Chicas. É isso que eu vou fazer agora.
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24.3.09

A canção infantil em debate (IV)

"Atirei o pau no gato", por Bolila

Estou vivendo num musical.
Mathilde não fala, ainda, nada além de Apsbsbttsts Prtbtbtbá. Mas canta. Muito. O dia inteiro. Sem parar.
No início ficamos impressionados. Mal tinha completado um ano e já repetia as primeiras frases melódicas de "Frere Jacques" (aliás, "A baleia", que é a versão séc 21 desta melodia - não mais a história de um pitoresco frade dorminhoco que precisa acordar porque soam as matinas, ding ding dong. Agora temos uma baleia, amiga de uma sereia, que faz tchibum chuá. Cultura de massa, pff.). Agora nossa pequena Mozart incorporou mais duas peças a seu repertório: "Atirei o Pau no Gato" e "Escravos de Jó". Um talento.
Sobre "Atirei o Pau no Gato", não sei se os amigos que não têm filhos pequenos estão sabendo, mas existe agora uma versão politicamente correta, chamada "Não Atire o Pau no Gato". O que deveria ser apenas uma piada, claro, mas por incrível que pareça, levaram a sério: "Não atire o pau no gato-to-to/ Porque isso-so-so/ Não se faz-faz-faz/ O gatinho-nho-nho/ É nosso amigo-go-go/ Não devemos maltratar os animais/ Jamais!". Inacreditável, não? Na minha casa manda a tradição. O gato não morreu e dona Chica admirou-se do berro que o gato deu, Miau. E se um dia ela vier da escola dizendo que a letra certa é a outra, vou ter que mandar um bilhete, dizendo que na minha casa a gente atira o pau no gato metaforicamente, sim, para não fazer isso na prática. Ora essa, onde já se viu.
Já "Escravos de Jó", que é uma melodia ótima, que vem junto de brincadeira de passar objetos, tem aquela letra misteriosa. Não se sabe se é uma espécie de manifesto gay ("tira! bota!", "guerreiros com guerreiros fazem zigue, zigue, zá" - que será isso, deus meu?) ou que regras tem o tal jogo de caxangá. Mas o fato é que rola uma divergência aqui em casa em relação à letra. Eu canto de um jeito, marido de outro. Uma palavra de diferença. Quero saber qual a versão que vocês conhecem, pra tirar a prova. Então, por favor completem a lacuna, na caixa de comentários.

Escravos de Jó
Jogavam caxangá
Tira, bota,
Deixa o Zé Pereira _________
Guerreiros com guerreiros
Fazem zigue zigue zá


Mais sobre o assunto: Boi da cara preta, O cravo brigou com a rosa, Pai Francisco entrou na roda.
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23.3.09

Segunda Pessoa

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Quem pensa, ri; só não ri quem só faz cara que pensa.

Às segundas-feiras, um cadinho de Fernando Pessoa.
Porque sim.

20.3.09

Memórias, livros e reflexões

"Mulher com livro" - Picasso

Tive um tino pelo comércio que não foi adiante. Quando era pequena (8 anos? 9? Não sei, por aí), resolvi vender mate na feira. Na época, a feira livre acontecia uma vez por semana na minha rua, exatamente na porta da minha casa. Era um transtorno, ficava a rua toda fedendo a peixe, etc. Com o tempo a feira mudou de lugar, e hoje acontece mais pra longe. Mas como ia dizendo. Eu e minha prima tivemos essa ideia, numas férias. Fomos até um supermercado e pedimos um caixotes de papelão. Minha mãe desenhou um belo cartaz colorido escrito MATE e o preço (em cruzeiros, cruzados, cruzados novos, quem pode saber, hoje em dia?). O mate gelado ficava numa garrafona térmica, e nosso investimento (nosso = dos nossos pais) foi comprar, além do mate e do açúcar, copos de plástico, daqueles tamanho "refrigerante", e dos pequenos, de café, que era uma cortesia nossa aos clientes. Então ficávamos ali, na frente da garagem da minha casa, vendendo mate para quem fazia compras na feira e ficava com pena daquelas duas crianças entusiasmadas com seus incríveis lucros. Conversávamos muitos com nossos clientes, e com isso empurrávamos outro copo de mate. Lucros estratosféricos, como vocês podem imaginar. Depois disso, eu e minha prima (sempre ela) tivemos um outro negócio, uma gibiteca (ainda não tinha esse nome, chamávamos de biblioteca de revistinha, mesmo), juntando nossas imensas coleções de revistinhas em quadrinhos. Era incrível, tudo catalogado, e as pessoas tinham fichas para anotar os empréstimos.
O que me lembro dessa experiência era o contato com o público. Achava absolutamente incrível isso de atender as pessoas e prestar-lhes uma espécie de serviço, oferecendo uma bebida gelada ou uma revisitinha nova. Por isso também, sempre gostei daquelas feiras de ciências do colégio. Estudar um assunto, fazer umas maquetes, e explicar para o público. Lembro de uma vez, eu era bem pequena, estava talvez na quarta, quinta série, e teve uma feira de ciências. Éramos uma dupla, eu e minha amiga M. (que até hoje mora no mesmo bairro, e às vezes esbarro com ela por aí. Ela é dona de um belo salão de cabeleireiro.), e nosso tema era "Mamíferos". Eu era muito empolgada com isso, queria que nosso estande fosse realmente inesquecível. Aí meu pai deu uma ideia: por que não fazíamos um brinde personalizado, para entregar aos visitantes? Então, acreditem se quiser, fomos a uma gráfica mandar fazer sei lá quantos calendários daqueles que cabem na carteira, com a imagem de dois gatinhos (mamíferos!), e escrito "Lembrança da feira de ciências, ano tal, colégio tal, Fulana e Beltrana, Estande Mamíferos" (ou algo do gênero). E mais incrível ainda: naquelas priscas eras, meu pai descolou uma gráfica mais barata, que ficava no subúrbio de Maria da Graça. E o metrô chegava lá. Então fomos nós: eu, M. e meu pai, de ônibus e depois metrô, do Leblon até Maria da Graça, pra mandar fazer os calendários de lembrança!* Pior é que deu certo, os calendários foram um grande sucesso, nosso estande bombou.
Depois disso, sempre que pude, agarrei essas oportunidades de vender coisas ou atender o público, desde que fossem coisas que realmente me empolgassem. Por um período brevíssimo trabalhei em uma loja de lingerie no Barra Shopping - devia eu ter 16 anos, por aí. Para além do fato de ser no Barra Shopping, era um trabalho muito ruim, em especial porque era preciso mentir muito para fazer uma venda, o que me constrangia horrores. Mas quando fui estagiária de uma editora, fui para a Bienal trabalhar no estande vendendo livros. Isso eu adorava. Eu conhecia o catálogo, conhecia os livros, dava sugestões, conversava com as pessoas, era ótima vendedora, sem falsa modéstia. Depois, viajando em turnês com Marido e seu grupo, vendi muito CD, muito mesmo. Mesmo na Polônia, na Hungria, na Alemanha, onde mal podia me comunicar, montava uma banquinha depois dos shows e vendia disco à beça, explicando cada álbum, esclarecendo dúvidas, contando histórias, rindo com as pessoas.
Isso tudo porque sempre me fascinou esse contato com as diferentes gentes, ouvir suas histórias e contas as minhas.
Outro exemplo são as cartas de jornal, uma seção que sempre leio. Até a parte de Defesa do Consumidor, as reclamações, aquela parte "Programa Furado", onde reclamam de bares, restaurantes, cinemas etc. Não deixo passar, tem sempre ali uma história interessante. (Não chego ao ponto do Tire Suas Dúvidas do Imposto de Renda. Calma lá, também não é assim.)
Estou dando uma volta imensa para chegar ao motivo deste post. Mas e daí, não é mesmo?
Aí, quando fui trabalhar na Editora 1, lá pelas tantas caí no buraco negro do recebimento de originais não solicitados. Na verdade, tinha um estagiário para trabalhar comigo, a quem competia, entre outras coisas, mandar cartas dizendo que a análise demorava muito, ou então que não publicaríamos o livro etc. De quando em quando juntavam-se umas pessoas para olhar esse material imenso e de péssima qualidade. Nunca vi sair dali um livro publicável. Só aporrinhação advinha da amaldiçoada pilha de originais, como por exemplo os autores ligando para saber notícias. Mas eu lia. Era sempre ruim, mas eu sempre lia um pouquinho. E, mais do que os originais, o que me fascinavam eram as cartas de apresentação, onde o aspirante a autor falava sobre si e seu livro. Coisas incríveis. Algumas dessas cartas mereciam até ser publicadas, ainda que os textos que elas apresentavam, não. Porque nessas cartas as pessoas se abriam de uma maneira muito franca, e por vezes bonita até. Houve casos em que eu mesma parei para responder essas cartas, não porque fossem bons escritores, mas porque eram boas pessoas, que me pegaram num dia assim ou assado. Além dessas, tinha também as outras cartas, que as pessoas mandavam para ser encaminhadas para os autores. Nelas, contavam como tinham gostado de ler seus livros, e muitas vezes eram depoimento sobre como suas vidas tinham mudado por causa dos livros. Vi cartas endereçadas ao Fernando Pessoa e ao Oscar Wilde, cartas de crianças, cartas de pessoas de cidades que nunca ouvi falar, cartas de toda espécie. Um dia vi uma carta de um presidiário, pedindo livros. Ele estava preso, tinha lido e gostado muito de um livro X, viu que havia outros livros do mesmo autor e perguntava se a editora não podia mandar de presente mais livros para ele. Fiquei comovidíssima com a situação. Aquele envelope todo manuscrito, a letra caprichada, aquele endereço que incluía um número de cela (!), um preso em busca de conhecimento e cultura. Fui falar com os diretores, tínhamos que mandar livros, um trabalho social etc. etc. Eles me olharam de esguelha. Porque, como eu não trabalhava nessa área de atendimento ao cliente, na verdade não sabia do tanto de carta de preso que chegava. Eram muitas. São muitas, hoje também, na Editora 2, onde trabalho. Alguém deve estar fazendo um trabalho junto a esses presos, porque as cartas seguem todas o mesmo modelo. Mas agora vi aqui outro dia um tipo diferente de carta. Era de uma diretora de colégio público, de ensino fundamental, de uma cidade cujo nome não lembro, e antes nunca ouvira falar. Ela pedia também doação de livros. Dizia que recebia alguns livros dos porgramas de governo, mas que a biblioteca era insuficiente, se não poderíamos enviar alguns exemplares para sua escola. Agora, isso me deixou passada. Fico perplexa de ver que uma diretora de escola ache razoável escrever para várias editoras (sim, sim, a carta era uma xerox) pedindo que essas empresas, cujo negócio é vender livros, doem exemplares para a sua pequena escola. Por melhor que seja sua intenção, é um desplante.
Desculpem-me, não conto grandes novidades a vocês, tem coisas muito mais vergonhosas acontecendo no país, mas pra mim esse foi o momento-revelação da falência do entendimento do papel do Estado pelo cidadão.

* Só pra vocês entenderem: na época a estação mais perto era Botafogo, aonde chegamos de ônibus. De lá, passamos por Flamengo, Largo do Machado, Catete, Glória, Cinelândia, Carioca, Uruguaiana, Presidente Vargas, Central, Praça Onze, Estácio -- Baldeação para a Linha 2 -- São Cristóvão, Maracanã, Triagem, Maria da Graça. E depois voltamos. Veja: tudo bem se você precisa fazer esse trabalho todo dia pra estudar, pra trabalhar, o que for. Isso é normal. Agora, outra coisa bem diferente é você levar duas crianças nesse trajeto para fazer uns calendários numa gráfica, para uma feira de ciências.

18.3.09

Picolé de laranja II - A Missão

Completando o mau humor. O dia ontem realmente não foi dos melhores, então resolvi terminá-lo mais cedo. Não encarei o terceiro turno (frilas, tradução etc.), e quando Mathilde finalmente dormiu (estava chatíssima ontem, claro), resolvi ir deitar também. Como eram quase dez da noite, e esta semana a TV a cabo está com o sinal aberto para os canais de cinema (não incluídos no meu pacote), pensei: beleza, vou ver um filme, sessão das dez, mesmo que seja um filme bocó, tudo bem. Escovei dentes, vesti camisola, deitei. Liguei, vi que ia começar um filme. Oba, finalmente. Créditos, créditos, etc.
Rambo IV.
Ca-ra-lho.
Um grand finale para um dia de m*erda mesmo.

17.3.09

Picolé de laranja

Mau humor, mau humor do cão. Com a incompetência generalizada, com colocar a culpa nos outros e não assumir os erros, com a falta de visão global, com o sistema fora do ar, com o não sei o que houve, com o ligue para a central de atendimento, com o não posso fazer nada, com o sinto muito, senhora... Com o calor, com a falta de planejamento urbano, com a prefeitura rebocando as bicicletas presas nos postes (!!!), com os sinais dissincronizados, com a sujeira das ruas, com as filas para tudo.
Eu quero criar uma ONG que proteja a competência. Simples assim. Só isso.

Para rebater, tomo um picolé de limão no sorveteiro que fica em frente ao prédio onde trabalho. E me pergunto: por que não existe picolé de laranja? Aliás, por que não existe nem sorvete (de casquinha) de laranja? Alguém (além de mim) já parou para pensar nisso?

9.3.09

Rio 40 Graus


A felicidade mora num balde no jardim.
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8.3.09

Chega de bobagem

Reparei que só tenho postado bobagens neste blogue. Minha vida não está assim tão boboca, felizmente. Todo tempo livre é dedicado aos meus frilas, em especial a edição de um livro antigo e a tradução de um livro imenso. (São frilas assumidos antes de eu arranjar este emprego atual. Quando terminarem, juro que fico um ano sem pegar mais nenhum.) Então eu posto bobeiras aqui, mas passo minhas noites e madrugadas pensando em coisas muito sérias e importantes, como por exemplo se se deve traduzir "William" para "Guilherme" em personagens reais históricos da Idade Média, "Godofredo" para "Geoffrey", e ainda os reis, né? Edward ou Eduardo? George ou Jorge? Ricardo? Henrique? Jean ou João?!
(Resolvi que sim, traduzo tudo em todos os casos. A partir do Renascimento acho que já dá pra deixar na língua original. Ou não? Que desgraça de critério, esse meu.)
Então, quando não estou escrevendo no blogue, traduzindo livro ou batendo ponto no escritório, saio pra passear com Mathilde de bicicleta, que agora tem cestinha e cadeirinha (nós duas de capacete - as maiores figuras de Botafogo). Como hoje de manhã, quando fomos fazer várias visitas, e ela pintou e bordou tanto que no caminho de volta dormiu (aliás, crianças não dormem: desmaiam), e foi uma dificuldade dirigir a bicicleta com uma mão só e segurá-la com a outra, para não cair.
Ah, sim, e eu estou há dois meses pensando em escrever um post sobre a coisa incrível que é quando a gente vai comprar roupa e só tem tamanho P de tudo, porque os G sumiram logo e os M são rarefeitos, e que isso só pode significar um imenso equívoco da indústria da moda, que é louca se acha que as consumidoras são iguais às moças que aparecem nas fotos usando as roupas, e hoje, 8 de março, era um dia bom pra escrever sobre isso, porque tem essa história boboca de dia da mulher, e seria interessante abordar esse tema, como isso é mais uma forma de opressão etc etc. mas olha, já deu meia-noite e eu estou prestes a fazer como Mathilde e não dormir, e sim desmaiar.
Mas depois prometo voltar com mais temas de imensa relevância nacional e planetária.
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6.3.09

Para aqueles de pouca fé


E os seres humanos seguem incólumes em sua capacidade de me surpreender...

2.3.09

Manual de etiqueta para o uso de elevadores públicos


  • Não aperte nenhum botão de elevador mais de uma vez. Não é assim que funciona.
  • Ao entrar e encontrar o elevador vazio, dirija-se imediatamente para um dos quatro cantos, e fique por lá.
  • Não passe perfume logo antes de entrar no elevador.
  • Não puxe conversa com quem você não conhece.
  • Com o elevador cheio: se você estiver perto da porta quando o elevador parar para alguém saltar e não for o seu andar, saia, deixe a pessoa sair, e então volte para o elevador.
  • Com o elevador vazio: ao entrar e ver que existe 1, 2 ou até 3 pessoas já dentro do elevador, seja educado e cumprimente com bom dia/boa tarde/boa noite/até logo.
  • Em qualquer situação: se alguém quiser saltar em um andar que não seja o seu, e você estiver na frente, mexa-se!, não fique parado como um dois de paus.
  • Por outro lado, se for você a saltar e tiver que passar por uma barreira humana, fale alto e claramente, "com licença, vou saltar aqui". Não fique murmurando coisas ininteligíveis e empurrando os outros.
  • Se você for homem e quiser ser gentil, deixando uma mulher saltar do elevador na frente, ótimo. Mas nem sempre. Às vezes, ao dar a passagem o cavalheiro atravanca todo o trânsito do elevador. Pense antes de ceder a vez.
  • Com o elevador cheio: não fiquei mexendo na sua bolsa/mochila procurando chaves, dinheiro da passagem etc. Espere até sair.
  • Não coma dentro do elevador. Só tome sorvete dentro do elevador se quiser assegurar um lebensraum confortável, pois ninguém chegará perto.
  • Não use perfume... ah, este já foi.
Mais um serviço Anna V., de saco cheio de prédios comerciais.
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Ser mãe... (capítulo 65.988)

... é não saber mais se a gosma branca nos seus dedos é o creme leave-in que você estava passando nos cabelos ou restos de um Polenghinho comido pela metade pela sua filha.