Contei aqui outro dia como estou cada vez mais desapegada dos meus livros. Por outro lado, ando cada vez mais apegada ao pouco espaço que ainda sobra dentro desta casa -- isso enquanto o/a novo/a morador/a não chega. E sejamos francos: livro ocupa um espaço danado.
Então resolvi me desfazer de tantos livros que não tenho mais qualquer perspectiva de reler (ou mesmo de ler pela primeira vez), e que muito dificilmente me serão necessários para qualquer coisa na vida. Já troquei uns dez deles no
TrocandoLivros. Resolvi que vou tentar vender outros. A
Estante Virtual permite que particulares coloquem gratuitamente até cem livros para vender*, e não devo ter mais do que isso para me desfazer, mesmo.
Porque é claro que tenho um carinho especial e até injustificado por alguns livros, e se vislumbro a mais remota possibilidade de um dia vir a querer ler, o livro fica. Tipo um que tenho, em inglês, sobre a Guerra do Peloponeso, que eu nunca li, mas quem sabe? Ou uma biografia enorme sobre Virginia Woolf. Esses ficam, bem como as três edições diferentes de
Sagarana e duas de
Grande sertão: veredas e as várias edições das peças do Nelson Rodrigues. Agora, aquele thriller dinamarquês apenas correto ou os
Apocalípticos e integrados do Umberto Eco, esses podem ir, assim como um livro francês de fotos do Che Guevara, a
Dieta de South Beach e o
Rio das Flores que me deixou com raiva de tão ruim.
Isso posto, inauguro o Mini Sebo Terapia Zero, que vou alimentando aos poucos, na barra lateral aqui à esquerda, logo abaixo da listagem dos blogues sensacionais que acompanho. Visitem sempre, porque os títulos vão alternando e vou colocando mais novidades conforme tiver tempo e saco. Os livros estão todos em bom ou ótimo estado. Se algo interessar, mandem cartas para a redação (terapiazero-arroba-gmail-ponto-com) e combinamos formas de envio e pagamento. Coloquei links para os livros e preços que me parecem razoáveis -- mas no fundo, por 2 chopes e um bom papo o negócio está fechado a priori.
Pra terminar, um trecho (em inglês apenas) de um livro que estou lendo no trabalho (ainda não publicado nem no exterior, por isso não posso colocar título nem autoria) e achei bem apropriado.
She remembered one of her boyfriends asking, offhandedly, how many books she read in a year. “A few hundred,” she said.
“How do you have time?” he asked, gobsmacked.
She narrowed her eyes and considered the array of potential answers in front of her. Because I don’t spend hours flipping through cable complaining there’s nothing on? Because my entire Sunday is not eaten up with pre-game, in-game, and post-game talking heads? Because I do not spend every night drinking overpriced beer and engaging in dick-swinging contests with the other financirati? Because when I am waiting in line, at the gym, on the train, eating lunch, I am not complaining about the wait/staring into space/admiring myself in available reflective surfaces? I am reading!
“I don’t know,” she said, shrugging.
This conversation, you will not be surprised to know, was the impetus for their breakup, given that it caused her to realize the emotion she had thought was her not liking him very much was, in fact, her not liking him at all.*Mas não se iludam, porque é uma burocracia danada para liberarem seu status de vendedor, tem que mandar documentos por fax (!) -- mandei na quinta e até hoje meu cadastro não foi liberado.