Estrada paulista, por lima_gama, via flickr
Minhas férias exóticas foram um passeio pelo interior paulista. De ônibus pela Viação Sampaio fui até São José dos Campos. A agente de viagem já me horrorizou de cara, dizendo que essa Sampaio era um horror, talvez nem tivesse ar condicionado, e por isso, por via das dúvidas estava me arranjando um lugar na janela. De fato a passagem parecia uma comanda de restaurante a quilo, um papel sebento e manuscrito onde eu mal entendia qual era o dia da viagem. Fiquei logo achando que era um ônibus urbano comum, que nem banheiro tinha, e que eu teria que mendigar ao motorista que fizesse uma paradinha na Dutra para eu fazer xixi (porque nessas horas bate aquela vontade incontrolável). Contra tudo e contra todos, o ônibus da Viação Sampaio não só tinha um ar-condicionado polar como dava lanchinho aos passageiros. Tá bem, tinha uma música ambiente que deus-me-livre, mas os MP3 players estão aí pra isso mesmo.
São José, o que posso dizer de São José? Que me desculpem os joseenses, mas não vi, nos dias que passei lá, absolutamente nada inédito nem digno de nota. Passeei pela cidade com a minha máquina, mas não vi nada para tirar foto. A não ser, claro, as pessoas lindas que eu fui visitar -- razão única da minha ida até lá.
Depois de São José, meu destino era São Pedro. Que fica ao lado de Águas de São Pedro, bem pertinho de Piracicaba. Como a vida não é fácil, não tem um ônibus direto de um santo (José) a outro (Pedro). Fui pesquisar no mapa. Tenho uma vaga lembrança de que o caminho mais curto entre dois pontos seria uma reta. Com base nisso, tracei uma reta de S José a S Pedro, e ela passava por Campinas. Mas de Campinas, hélas, também não tem ônibus para S Pedro. Mas tem pra Piracicaba. E de lá tem ônibus que vão para S Pedro, viva! (Estão acompanhando? 1. S José>Campinas; 2. Campinas>Piracicaba; 3. Piracicaba>S Pedro.) Claro, esses ônibus todos só tem em certos horários. O que daria umas, vejamos, oito horas de viagem, contando as esperas. Se não houvesse nenhum imprevisto, claro.
Fiz as contas e dei um grito. Nada disso. Esqueça essa história de linha reta.
Peguei um ônibus pra São Paulo. No terminal Tietê entrei na fila incrivelmente grande da Viação Piracicabana (que não aceita cheque nem cartão) e comprei a passagem para S Pedro. É um ônibus parador. E como a viagem foi de dia, pude ver com meus próprios olhos a "força do interior" (carregando nos erres).
A primeira parada foi Americana. Fiquei olhando pela janela do ônibus para ver se via o Biajoni passando pela rua. Não vi. De lá para Santa Barbara d'Oeste, onde chovia cântaros. Depois rumo a Piracicaba, um caminho realmente bonito em termos de paisagem, ainda mais numa tarde depois da chuva, quando o sol voltou a abrir. Procurei o arco-íris, sabia que ele tinha que estar em algum lugar. E estava mesmo, já fraquinho com o fim da tarde. Passamos pelo meio de Piracicaba, numa avenida margeada por bares e choperias dos dois lados. Lá vi os piores trocadilhos com nomes de loja. EletroPira, de material elétrico, concessionária AutoPira, locadora VideoPira. O horror, o horror. Próxima parada, Águas de São Pedro, estanciazinha hidromineral meio sem-vergonha, onde tudo se chama "Hotel da Fonte", "Shopping das Águas" etc.
Enfim, São Pedro. Claro, fui lá por causa do Festival, que não perco por nada. E aí foram dias de puro deleite, que esse festival de choro é uma coisa tão bacana que é difícil mesmo explicar.
Fica para outro post.
3 comentários:
Fiz muito o trajeto Campinas-Pira-Campinas [pra ser mais exata era Pira-Campinas-Pira]. Faziamos, eu e meu filho, nos onibus da AVA ..Era LASQUERA CARINHA!!! :-))) E fui muito pra Aguas e Sao Pedro... Muitos seculos se passaram. Agora so vou de trem pra San Francisco! :-)) beijao,
pô, nem pra dar uma ligadinha.
:>)
Fer, que upgrade, hein? :-)
Ainda é a AVA que faz esse trajeto. Eu vi os ônibus, parecem ser mais velhos do que eu...
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