9.5.09

Dia das mães

Sempre pensei que reproduzir-se era o auge da idade adulta – mais do que casamento, independência financeira ou casa própria. Portanto, para mim foi uma surpresa quando o fato de ter filhos não fez com que eu me sentisse pessoalmente mais madura. Isso fica ainda mais evidente em meu relacionamento com a minha mãe. Ainda espero que os outros percebam que sou a filha, e não a mãe. Muita gente me deseja “Feliz Dia das Mães”, mas eu ainda me considero aquela que dá os parabéns, e não a que recebe. Talvez minhas expectativas fossem altas demais. Talvez seja uma conseqüência natural de chegar à maturidade durante uma época de mudança cultural que fez com que a idade adulta fosse mais ambígua. Hoje, as mães raramente são chamadas de “Senhora Fulano”, e pais e mães muitas vezes vão trabalhar de jeans. Graduar-se para ser pai ou mãe significa que não estamos mais protegidos pela liberdade de uma infância extravagante, e por isso é tão difícil superar essa fase. É triste, mas eu acho que nós só tomamos as rédeas das mãos de nossas mães depois que elas morrem, ou então quando trocamos de papel e passamos a tomar conta delas.

Amy Richards, "Opting In: Having a Child Without Losing Yourself", em tradução livre.

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4 comentários:

Anunciação disse...

Um lindo dia das mães para você.

MegMarques disse...

Well, comigo foi diferente. Na primeira noite fora da maternidade eu senti todo o impacto de ser gente grande. Virei adulta ali, quando o bebê chorava e não tinha ninguém além de mim que soubesse o que fazer ou que pudesse fazer por mim. E era algo que eu não podia, como adolescentemente costumava fazer, "deixar pra lá".

Cam Seslaf disse...

Acho que por ter tido responsabilidades muito grandes desde muito nova (lidando com a liberdade de terceiros), eu "envelheci" bem antes do que o resto das pessoas da minha idade. Quando a Catarina nasceu, eu já estava mais que habituada a me sentir in charge de tudo.
Gozado, pensando aqui, acho que as sobrecargas de ser dona de casa e mãe que trabalha fora é que me pesam. Tipo se eu não der um jeito de ir ao açougue *amanhã cedo* não vai ter comida para ela, nem para mim, nem para ninguém. Essa concentração de poderes mundanos na minha pessôua, dependendo do dia, dá vontade de gritar.

Isabella Kantek disse...

Está sumida. Imagino que coisas interessantes andam acontecendo... :)
Beijo,