4.8.10

Quem me ensinou sabia

Já escrevi aqui antes que meu über-chefe é o rei do feedback positivo. Pra qualquer coisa, mesmo um simples email. Basta eu copiá-lo numa mensagem para outrem, e em seguida lá vem ele: "Maravilha de mensagem, que alegria!", "Querida Anna, é sempre um prazer ler suas mensagens", "Você é uma craque", ou coisa que o valha. Super bacana. Mas a verdade é que eu aprendo muito com ele, que é o craque supremo das mensagens gentis, mesmo quando trazem más notícias (como contei aqui). Por isso, dia desses, em resposta a um desses feedbacks positivos, usei o bordão de Wilson das Neves: Quem me ensinou sabia - querendo, claro, me referir a ele mesmo (ele = o chefe, não o Das Neves!).

E sigo nesse ritmo, sempre prestando atenção para aprender com quem realmente sabe. Em 2006, por exemplo, escrevi um post falando sobre Fórmula 1, esporte chato e cuja popularidade me parece tão estranha. Textinho ok, tem lá sua graça aqui ou acolá, mas nada de grandes brilhantismos. E agora leio este texto do Simas, sobre o mesmo assunto. Vai, Anna, aprende com quem sabe!

O circo da Fórmula 1 consegue unir de forma impressionante meninos mimados, babacas, bundões e gangsters da pior espécie. É a imagem bem acabada do que há de pior na sociedade de consumo: o culto ao dinheiro, a veneração pelo carro, as artimanhas da propaganda, o individualismo, o poder das grande empresas, a vulgarização do corpo feminino, a ética perversa de que os fins justificam os meios, o desperdício e o banditismo dos bacanas.

(Este é só o primeiro parágrafo. Clique acima para ler o texto inteiro)

5 comentários:

osvjor disse...

na boa, Anna, espero que vc não aprenda nada nesse texto linkado. quanto clichê, preconceito e prejulgamento... só faltou dizer que o automobilismo é a arma dos financistas internacionais, do capital globalista e do imperialismo ianque pra dominar o mundo (ou será que disse?). fico curioso de saber o que diria o escriba no tempo das corridas de bigas ou assistindo a uma corrida de camelos. abs

ps: tb não gosto de corrida de automóveis.

vera maria disse...

ah, osvjor, acabei de ler o texto do rapaz e gostei muito, acho que o autor descreve com clareza o espírito baixo que rege esse mundo das corridas de carro, e concordo com a idéia de que o automóvel tem um valor aqui que excede em muito a necessidade de locomoção, simboliza status pra uma classe emergente financeiramente mas que não fez o upgrade cultural necessário, então acaba usando o carro como instrumento de poder, de coerção, de arbítrio.

Acho que no futebol tb existem as máfias que ele menciona, claro, e acredito que no mundo hípico tb deva haver um monte de chavecada, mas não tem cavalo no meio da rua atropelando gente, nem bola de futebol matando nas ruas.

É claro que isso tem muito a ver com nossas perenes questões não resolvidas de uma justiça que não pune adequadamente os que merecem ser punidos, tudo que a gente já sabe sobre lentidão, burrocracia, favorecimento aos poderosos etc, etc, mas que o automobilismo poreja irrelevância e um mundanismo fútil e vulgar, eu não vejo como discordar.
um abraço,
clara

vera maria disse...

Sempre que os comentários de um post terminam no meu tenho a sensação de que travei o fluxo da coisa. Então, anna, sorry se isso aconteceu aqui, eu só discordei do osvjor, mas somos amigos virtuais, e sem a inteligência e o humor dele o mundo virtual fica bem sem graça para mim :)
Na verdade, queria provocá-lo e começar aqui uma conversa sem fim, mas...:)

um abraço,
clara

Ideia² disse...

Relaxei no seu divã :)
Muiito bom o seu blgo PARABÉNS!
Estamos te seguindo, seg a gente!
Bjuss
http://ideiaoquadrado.blogspot.com/

Lord Broken Pottery disse...

Achei o texto magnífico. Fico surpreso quando percebo que conseguem reunir em poucas palavras aquilo que penso, igualzinho. Bacana!