Hoje passei de novo pela rua Marques Rebelo. De dia, pude ver melhor. Parei para prestar mais atenção. A rua é muito abandonada, paredes pichadas e -- acreditem -- três vira-latas eram as únicas almas que passavam por ali às duas da tarde de um dia quente de inverno carioca. Vou ver se ando mais com a câmera para tirar uma foto e postar.
Aí pensei que, em termos de literatura, estamos mal de homenagem em rua. Charme mesmo só a Vinicius de Moraes, em Ipanema, uma rua que todos da gerações dos meus pais pra cima continuam chamando de Montenegro com uma teimosia que eu diria pueril, como se para demonstrar "sou d'outro tempo".
Meu pilates é na rua Machado de Assis, ruazinha sem-graça toda vida, que liga a praia do Flamengo ao Largo do... Machado (que afinal ninguém sabe por que tem esse nome). A única coisa mais temática na Machado de Assis é um restaurante de comida a quilo chamado Iaiá Garcia. Pois sim, que espirituoso, não?
No Leblon tem a praça Antero de Quental, poeta português da turma do Eça de Queirós. Mas falando nele, cadê a rua Eça de Queirós? Logo ali, entre Olaria e a Penha!
Guimarães Rosa também merecia um destino um pouco melhor do que uma ruela ligando nada a lugar nenhum na praia da Barra.
O Parque Poeta Manoel Bandeira também é meio desprestigiado, lá na Ilha do Governador.
Drummond ganhou a estátua na praia e olha lá. Espero que em Itabira seja nome de avenida.
3 comentários:
Ahhh, eu que só conheço o Rio de menina fiquei imaginando as ruelas e os poetas esquecidos. Adorei o texto.
Beijos =)
Por essas e outras é que Mário de Andrade não queria virar nome de rua, Anna. Não adiantou. A que leva seu nome em SP também é feia. Abraços.
Pois é, Marconi. Mas pelo menos existe uma biblioteca chamada Mario de Andrade. Que é muito melhor do que ser nome de rua, pensando bem.
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