3.4.09

Blogues blogues são

"Masks", de Aurelia Fronty

Tive que tirar o link para o blog da Mary W do blogroll aqui ao lado. Porque houve alguma coisa que, cada vez que eu entrava aqui no meu próprio blogue pulava um popup na minha frente pedindo login e senha para eu ler o blog a feminista. Ora, era o que me faltava. Aí fui lá e vi que de fato o site não existe mais com acesso livre. Acho uma pena. Mas ela não é exceção, claro, e, sei lá, deve ter os seus motivos, imagino.
Os blogues têm mil finalidades, cada um no seu quadrado. Mas me corta o coração ver coisas assim, um blogue que nasce para ser troca de ideias entre ilustres deconhecidos, zona de debate, de brincadeiras, grosserias às vezes, alegrias outras tantas, se fechar apenas para "convidados". A Ana Lucia que mora no Canadá também fez isso há algum tempo. Outro dia, a querida S., do Fazendo Gênero, um blogue tão bão, que pena não ser mais aberto para todos.
Por essas e outras sou cada vez mais defensora do blogue anônimo. É divertido, é libertador. Na verdade é uma janela para criar um outro grupo de conhecidos, desvinculado de todos os outros grupos que você já possui. É muito interessante, isso. Não era a intenção original, mas, bem, aconteceu. Uma vez escrevi aqui, a este mesmo respeito, que não estava ainda preparada para encontrar os amigos e ouvi-los dizer "li tal e tal no seu blogue". Continuo não estando. Conto na mesa do bar as mesmas histórias que escrevo aqui, como se fossem novas. E, prestes a completar três anos de Terapia Zero, que eu saiba só meus amigos A. e J., filhos do R., e N., minha amiga samurai, conhecem isso aqui - além do marido, claro. E tudo porque dei uns moles e eles acabaram achando e identificando. Mais ninguém. Meus melhores amigos não sabem. Meus pais não sabem. E não precisam saber, pra mim não faz a menor falta. O nível de cobrança -- vinda de todos os lados -- diminui drasticamente. Porque, na boa, mais uma cobrança é o tipo de coisa de que a gente não anda precisando.

PS: Este é o post nº 500. Apropriado.
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10 comentários:

Angélica disse...

o blog da mary (que, aliás, é anônimo, né?) só ficou um dia bloqueado. e ela até explicou porque.
beijos

Anunciação disse...

Existe uma pessoa que tem um blog ótimo,mas que não visito pq não tenho saco pra decorar mais uma senha na minha vida;entendo que a pessoa tenha seus motivos,o blog é dela e ela faz como bem entender,mas enfim,não vou,a não ser de extrema necessidade(o que é isso num blog?);aniversário;aí aproveito para ler todos os post interessantes,que são muitos.E chega de cobranças,mesmo.

. disse...

É difícil mesmo, porque quem é leitor silencioso chega e dá com a cara na porta. E estranha. Eu também passei por isso quando fui lá ver a Mary, antes de vir aqui quando vc publicou este post.
Já tentei criar uns dois blogs anônimos. Mas a sanha fuçadora alheia me impediu e em momento oportuno fui cobrada pelo que escrevi. Fiquei triste e por mais de uma vez fui obrigada a explicar que a escrita me fazia bem, o anonimato me liberava de dar satisfações - porque meu bloq é totalmente aberto, público e notório, meus pais lêem, dois ou três amigos de "mundo real" lêem, D.C. lê. Só guardo o endereço do pessoal da esfera profissional, porque aí é demais.
Mas volta e meia sinto aquela vontade de escrever sem ID pra evitar cobranças e julgamentos.
Mas o negócio todo é complexo, porque eu fico pensando que a escrita na rede pressupõe abertura e não que se tranquem segredos a "convidados". Por outro lado não, o espaço pertence a seu criador. E tem os trolls. Que são como aqueles vizinhos intrometidos pra quem você fala no máximo bom dia e fecha a porta. Já matei blog por causa de troll.
ENfim, né. Cãopricado mesmo.
Beijo!

anna v. disse...

Angélica, tem razão. Vou colocar de novo o link, então. E, bem, é anônimo sim, mas ela se expõe um bocado, não?
Anunciação, pois é, a gente até entende, mas lamenta, quando o blogue é bom.
Deh, cãopricadíssimo.

Surya disse...

ai, e quando a pessoa é burra? eu quis fazer um anônimo, sempre assinei só com uma letra, mas além de contar as histórias que obviamente são minhas, ainda descobri ano passado que meu nome aparece (na época do google com uma senha só pra tudo comprando o blogger, sei lá). enfim, burrice. também detesto blog fechado! S.

vera maria disse...

Eu criei outro blog porque estava me sentindo não apenas pressionada, mas observada por quem não queria nesse meu blog atual, é chato, porque sinto que não posso dizer tudo que penso já que várias pessoas me conhecem de fato. No outro blog estou me sentindo mais à vontade, embora nao tenha um único leitor sequer. É doido, mas prefiro assim, nesse momento pelo menos...:)
beijo,
clara

anna v. disse...

Clara, os blogues não têm leitores até que um belo dia eles aparecem... Com este aqui foi exatamente assim. Uma garrafa jogada no mar, umas mensagens, e de repente um comentário, um link, e pronto. Mas aproveite seu anonimato, que bom que estás curtindo!

m.Jo. disse...

Não são muitas as pessoas da minha vida real que sabem do blog. Não faço propaganda, mas não escondo. Mesmo assim me sinto tolhida, limitada. Falta espaço para poder dizer tudo o que quero, ou para abordar outros assuntos que me interessam. Quem sabe, algum dia ainda tente um blog completamente anônimo, ainda que sem leitores.

kellen disse...

nossa, anna, que legal ler isso. semana passada eu recebi um e-mail bem chato de uma amiga de quem me afastei há uns dois anos, por diversos motivos. mas o caso é que a pessoa me cobra coisas inclusive dizendo que eu escrevia no blog coisas que não contei pra ela. veja o nível da cobrança. um saco mesmo.
mas eu não consegui fazer um blog inteiramente anônimo. não assino, mas escrevo meu nome nos comentários, sei lá. acontece sempre das pessoas me acharem...

Anônimo disse...

É... já faz um ano que sinto falta de ser mais anônima... a exposição extrema acaba não sendo boa e aí ocorre que se escreve menos do que se deve ou se precisa.