Um instante de profundo pânico me domina quando ele, indo para o aeroporto, atrasadíssimo, fechando a mala, o táxi já esperando lá embaixo havia dez minutos, a meio caminho da porta, me diz: "Escolhe um livro aí para eu ler na viagem".
O quê??? Escolher um livro? Que você vá gostar? Em meio segundo? Mas se escolher um livro, pra mim ou para quem quer que seja, é uma atividade linda, prazerosa, mas especialmente lenta e contemplativa...
Minha cara olhando para a estante deve ter sido de um desespero tão grande que ele mesmo sugeriu: um Simenon, um Simenon!
Tensa, trêmula, peguei dois livros de casos do comissário Maigret, um vício que eu passei para ele nos últimos anos. Ótimo, obrigado, beijo, tchau.
Sei lá por que eu sou assim...
(A imagem acima, muito bacana, é a capa do livro "The Book on the Bookshelf". O capista é Chip Kidd.)
4 comentários:
Olá,
sou nova aqui e estou gostando da leitura. Adorei esse pequeno texto em particular. Escolher um livro é realmente uma atividade e tanto.
Abraços,
Isabella, é isso mesmo. Eu sempre valorizo muito este momento de me colocar na frente da estante, analisar meu estado de espírito e escolher um livro para ler. Mas sempre demora um tempo... Obrigada pela visita!
Anna,
Legal viajar com o Comissário Maigret. Levarei na minha próxima viajem.
Beijão
idiossincrasias... no meu caso, em geral não consigo ler livro emprestado
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