Uma das coisas mais legais de ter me mudado para Botafogo foi o fato de poder usar o metrô como meio de transporte. Hoje em dia ando muito de metrô, porque acho que nas grandes metrópoles só funcionam transportes sobre trilhos ou sobre duas rodas. Então ando pra cima e pra baixo de metrô. O que não me transforma numa feliz usuária do Metrô Rio, em absoluto. Se não vejamos.
Um bilhete de metrô custa R$ 2,30. É bem caro. O bilhete de duas viagens custa R$ 4,60. E o múltiplo de dez viagens custa... R$ 23,00! Não é genial? Não há absolutamente nenhum incentivo financeiro para você gastar mais e comprar mais viagens de uma vez. Compre dez e pague dez. Um fenômeno. Quem pega 2 metrôs por dia, todo dia útil, gasta R$ 92 por mês. E tanto faz se comprar 40 unitários, 20 duplos ou 4 múltiplos. Não entro nem no mérito dos passes diários, semanais ou mensais, como em qualquer cidade do mundo, porque sei que isso só seria bom para os usuários, e não para aqueles ganham dinheiro com o transporte público do Rio de Janeiro, então não sejamos utópicos.
Isso me irrita.
De uns tempos para cá, o Metrô Rio resolveu oferecer uns ônibus que ligam algumas estações a bairros que não têm metrô. Salta-se por exemplo em Copacabana e pega-se, sem pagar mais por isso, um ônibus que vai para Ipanema, Leblon e Gávea. Ou outro que vai até a Barra. Legal. O problema é que o Metrô considera que essas são estações do metrô. E no mapinha das linhas, inclui todos esses lugares, como estações do "Metrô na superfície". Ora, mas que cara de pau. Metrô na superfície é trem. Metrô é, necessariamente, sobre trilhos. E, idealmente, subterrâneo. Não por acaso em Nova York se chama Subway. Em Londres, Underground. Em Buenos Aires, Subte. A imensa vantagem do metrô é que ele não depende do trânsito. Se chove e a cidade alaga, se tem um mega engavetamento, se vira um caminhão de detergente na Ponte Rio-Niterói, como aconteceu essa semana, não faz diferença para quem anda de metrô. A menos que você esteja no "metrô na superfície", porque aí você vai ficar parado no trânsito como qualquer um.
E o que é ainda pior: para pegar o metrô na superfície você precisa de um bilhete especial, chamado "integração". O bilhete normal não vale. E mais incrível ainda: cada ônibus-metrô-na-superfície tem o seu bilhete-integração particular! Ou seja, se você compra um integração para a Gávea, só pode andar no ônibus da Gávea, e não no que vai para a Rodoviária, por exemplo. Ou se por acaso você vai para a Urca mas não sabia que podia pegar o integração para lá e só descobre quando já está dentro do trem, azar o seu, porque o seu bilhete normal não vai servir.
Isso me irrita tanto.
Mas acabo relevando tudo quando preciso ir da estação Botafogo à estação Uruguaiana e levo, quando muito, dez minutos. Isso quase não tem preço.
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