12.5.07

Minha história papal

Tenho uma história de Papa para contar. Não com esse Papa alemão, que é um impostor, mas o outro, o "verdadeiro" Papa. (Descobri que para todo mundo na faixa dos 30 não há diferenciação entre a figura de João Paulo II e o cargo. Ele foi "o" Papa das nossas vidas.)
Em 1997 o Papa veio ao Brasil, e esteve no Rio. Um compositor catalão (!) escreveu uma peça musical para sinos (!!) para ser executada durante a missa do Papa, por várias igrejas, simultaneamente (!!!). Não sei muito bem como fui parar nessa bocada. Acho que porque estava na faculdade de música, sei lá. Sei que fui escalada para badalar na igreja das Carmelitas, no Centro do Rio (mais famosa pelo Bloco das Carmelitas, que sai na sexta de Carnaval). Vejam bem, cada sino tinha uma equipe, um coordenador, um cronometrista, e um para puxar a corda e fazer o sino tocar. Algumas igrejas têm mais de um sino, dá pra imaginar a bagunça. Eu sei que a peça tinha uma partitura totalmente abstrata e incompreensível. E que havia cronômetros e walkie-talkies envolvidos na produção. Teve ensaio e tudo, na semana anterior.
Lembro de chegar na igreja para ensaiar. Lá é um convento também, e tem umas carmelitas que não saem de lá, são confinadas. Eu nunca sei bem como me portar nessas ocasiões, como dizer, eclesiásticas. Não sei o que esperar de religiosos profissionais. Será que são simpáticos e bonachões, tipo Frei Tuck? Ou sinistros, tipo Ratzinger? Podemos fazer uma brincadeira, um comentário espirituoso? E o controle do linguajar? Não dá para deixar escapulir um "mas que inferno!", de toda forma. Não, não, isso não é pra mim...
Bom, mas a peça. É claro que na hora nada deu certo, as coisas não funcionaram e era completamente impossível ouvir o "conjunto da obra", por assim dizer. Mas teve um cachê legal e, olhaí, dez anos depois rendeu até um pôsti.

4 comentários:

Lord Broken Pottery disse...

Anna,
Sou bem mais velho que você. O papa mais santo que conheci, embora eu também não seja chegado às coisas da religião, foi João XXIII.
Beijão

Anônimo disse...

Anna, gostei do post. Não é todo dia que se conhece uma pessoa que participou dessa badalação, literalmente. Parabéns. Vim aqui a convite do Lord, pois ele disse que você merece um Premio, e concordo. Bjs.

anna v. disse...

Lord, que engraçado. Eu achava que você era mais jovem do que eu.
Eduardo, pois é, foi uma badalação mesmo. E esse prêmio, que coisa legal, né?

Anunciação disse...

Concordo com o Lord.João XXIII,precisa conhecer.