30.4.08

Três vivas para a internet

Porque, vocês sabem, criar filho é difícil. Mas mais difícil deve ter sido antes da internet e dos blogues.
Vejam ontem, por exemplo. Ontem foi um dia bem difícil, criançamente falando. E na verdade foi um dia difícil não muito distante de outros dias difíceis. Meaning: as coisas estão, aos poucos, ficando mais difíceis, como direi?, como um todo. Mas enfim, difícil dentro do esperado. Ainda não entendi por que as pessoas fazem um tamanho auê com os três primeiros meses do bebê. Como se ficasse mais fácil depois disso.
Bom, mas então. Ontem. Ontem eu estava bem triste. Quase semideprimida. Considerando seriamente ligar para o trabalho e pedir para sair, desistir de todos os projetos em que estou envolvida, admitir que viajei completamente quando pensei que seria possível trabalhar de casa, ainda que menos, e ser ao mesmo tempo uma mãe de corpo presente. Ontem eu estava vencida. Vencida e convencida de que estava criando uma monstrinha que só quer ficar no colo, que faz um escândalo desproporcional quando colocada para dormir no berço ou no carrinho -- quem não passou por isso não sabe da tenacidade de que um bebê é capaz. Ontem eu estava quase acreditando nas pessoas astrológicas que me falaram várias vezes "Ih, minha filha, capricórnio com ascendente em touro, é terra e terra, se prepara que vai ser muito teimosa e te dar muito trabalho". Ontem bateu aquela certeza de que estou fazendo tudo absolutamente errado. Estava desistindo. E sei que a perspectiva é de ficar galopantemente cada vez mais difícil. Tipo, imagina quando ela começar a andar. A correr. A falar o que quer!
Mas à noite por fim ela dormiu. E eu tive a boa idéia de não trabalhar e, em vez disse, ler os blogues de que gosto. Inclusive das companheiras blogueiras recém-mães. E aí vi que o bicho está pegando pra todo mundo, por todo lado. E isso me deu um conforto enorme. Porque afinal, se estou fazendo tudo errado, o tudo errado é o certo, porque está todo mundo errando junto.
Obrigada, hein, gentes.

10 comentários:

. disse...

Ô querida. A vantagem é que a sensação de colapso geral passa logo... sei lá, a minha foi incrementada com a confirmação de que eu não vou poder me formar no final do ano - o que significa que eu fico amarrada com essa segunda graduação até o meio de 2009 e amarrada ao meu emprego também. Mas vai passar, vc fez bem em passar pra ver como as coisas vão indo por todos os lados.
O Alê é um bebê tranquilo, que após os primeiros dois meses medonhos passou a mamar bem, dormir otimamente, comer de dar gosto e a sorrir o tempo todo. Mas a fase agora é essa durezinha, ele tá genioso. Mas é bem o que uma amiga minha falou: cada fase do "videogame" tem uma dificuldade. E você vai ver como vai encontrar cada vez mais novidades legais no dia-a-dia com a Mathilde. Apesar de todo o cansaço, a trabalheira, etc, etc, etc.
Beijão!!!

Maria Angélica disse...

A questão dos 3 primeiros meses é que na maior parte das vezes o bebê leva mais ou menos esse tempo pra criar uma rotina própria, estabelecer horários mais regulares de mamadas, sonecas, etc. (isso, claro, bebês em livre demanda - de tudo!, não submetidos ao "adestramento infantil tão em moda). E aí fica sim mais fácil pra mãe, talvez não cuidar da criança, mas até conseguir criar uma rotina pra ela mesma, ou pelo menos saber que "em tal período vou conseguir tomar um longo banho" (hohoho) e isso pode ser psicologimaente muuuito reconfortador. Com um pouco mais do que isso, a maioria para de acordar de madrugada pra mamar também. Enfim, eu acho que, pela questão do aprendizado e adaptação - da criança e da mãe - os primeiros meses são mesmo muito intensos e fisicamente desgastantes até. E o "trabalho" (não gosto dess a palavra, não acho que criança dá trabalho) muda. Por um lado, fica muito mais simples, por exemplo, com o tempo eles fazem menos cocô. ahahahahha Por outro, fica muuuuuito mais complexo. Cuidar é moleza. Educar é que são elas. ;-)

(Joana está falando. Menina, se prepara. hahahah Mas é DELICIOSO. A melhor fase pra mim, até agora.)

Aquela disse...

Ô Ana, força na peruca e segura o tchan que tudo na vida passa, até uva, fia. Ninguém disse que ia ser fácil, e não é mesmo, então relaxa, porque ainda assim vale a pena.
Esse teu post é a explicação do que foi o Mothern pra mim, exatamente esta lugar de encontro e partilha, que com o tempo virou mesmo foi uma rede de proteção - não pras crianças, mas pras mães não se jogarem nos momentos de desespero. E mesmo eu tá tendo uma filha veterana de cinco anos, conta comigo se precisar, tá?
beijoca!

Cam Seslaf disse...

Às ordi. Também não sei o que seria de mim-mãe sem a internet.
Ana, li mil indicações de um livro chamado The Wonder Weeks, que explica os saltos de desenvolvimento físico e especialmente neurológico dos bebês. O meu ainda não chegou, mas já vi que o "diagnóstico" para a 19ª semana de vida está spot on (acordadas madrugais e etc). Dê uma olhada na Amazon pra ver o que você acha. Beijo e força *na peruca* (para a gente, quase não é mais metáfora ;D).

Anônimo disse...

Anna, só partilhando uma coisita:
ao lembrar dos longuíssimos meses (o primeiro ano de vida inteiro, no mínimo) que meu guri acordava à noite, duas ou três vezes, chorando por isso e por aquilo e como levantávamos espartanamente, nos revezando, a mãe e eu... quando olho pra trás e vejo como meu piá é hoje (aos 11 anos) saudável, mental e fisicamente, salta um sorriso no canto da boca: putz, como valeu, aquele mico todo. Abraços.

Anunciação disse...

Já estava me preparando para lhe dizer que apesar de fazer bastante tempo,ainda me lembro quando meus pimpolhos eram pequenos e que,por incrivel que pareça,esse tempo,apesar desses dias,é o melhor.Mas,nada como ler os blogs amigos das amigas mamães,para melhorar o astral.E não fique com remorso;quando ela chora querendo colo é porque está precisando;depois com certeza,haverá um momento certo para fazer seu trabalho que renderá horrores,acredite.Um beijo e,se pudesse,lhe ofereceria um pouco de colo também.

Anônimo disse...

anna, querida, courage e bonne chance...:)
um abraço,
clara lopez

F. disse...

É isso aí Anna, pode se desesperar um pouco... Faz parte da vida selvagem. Eu nunca tive nenhum filho, mas cansei de ver minhas irmãs descabeladas, até a minha irmã caçulinha, que é um anjo de paciência na terra... Adorei o comentário da Helê. Força na peruca, vou começa a usar (rs).

Isabella Kantek disse...

Anna Anna, fica melhor e pior assim na mesma medida. Aqui nos States eu sou uma Stay At Home Mom e faço parte do SAHM do meu bairro. Uma verdadeira salvação porque independente da cultura estamos todas(os) no mesmo barco.
Então, eu inventei que ia voltar a estudar, começar o mestrado e outros projetos pessoais. Peguei uma matéria e estava achando que ia ser fácil (minha filha fez 4 anos)... estou no final do semestre atrasada com um paper, sem conseguir dar conta da casa e com uma vontade louca de voltar a ser a dona de casa de sempre.
Aprendemos muito sobre nós e nossos limites quando somos mães. Vá com calma e não exija muito de você.
Beijoss

leila disse...

ih colega, meu filho que hoje tem 32 anos é capricornio com lua e ascendente áries. sei do que vc está falando, tem a ver sim. depois eles ficam ótimos. hay que tener pulso.