26.9.12

Divagações sob cera quente

Por algum motivo, sempre que estou fazendo depilação me pego filosofando sobre assuntos de relevância intercontinental e planetária. Por exemplo, sempre penso o que aconteceria se, bem naquela hora em que estou com consideráveis partes do corpo cobertas de cera pelando, disparasse um alarme de incêndio ou houvesse uma tsunami na Baía de Guanabara. Sei lá, qualquer situação de pânico que exigisse uma correria do tipo run for your life. Será que a depiladora arrancaria a cera de qualquer jeito, ou eu teria que sair correndo com a cera grudada? Que droga, hein.

Ou então penso que tortuosos caminhos da estética feminina e da busca pelo belo ideal nos levaram a passar cera quente milímetros acima dos olhos para ter sobrancelhas meticulosamente aparadas, modeladas e "perfeitas". Mais grave ainda: como chegamos ao ponto de ficar incomodadas se as sobrancelhas não estiverem em ordem, ou se o esmalte descascar bem no dia em que fizemos as unhas. O que aconteceu para que essas miudezas se tornassem parte relevante do nosso tão atarefado cotidiano? Fico me perguntando se essa super-atarefação não é uma fuga, se nos ocupamos demasiadamente dessas e outras questões no fundo irrelevantes para não nos defrontarmos com aquilo que realmente importa - e que não queremos confrontar.

Um comentário:

Ronald Luis disse...

Olá Anna v.

A verdade é que procuramos realmente nos ocupar naquilo que não tem tanta importância...

Imagine quantos pais (homens) preferem estar num bar, jogando conversa fora, ao invés de desfrutarem da presença dos filhos...?

Não que estar no bar seja ruim, mas a companhia dos filhos, é infinitamente melhor (e necessária) do que de um bando de bêbado...

Interessante você levar seus pensamentos para longe da cera quente... Não sei se teria coragem de me depilar com cera quente, o fato é que certamente ficaria pensando em bobagens para fugir da situação...

Forte abraço, Ronald.