-- Será que vai ficar assim a noite toda?
-- E a escuridão? Não tô enxergando nada.
-- Vamos tomar uma cerveja.
-- Putz, quanta gente!
-- Credo, não vamos conseguir chegar no bar!
Esse foi meu diálogo com uma velha amiga ao entrarmos segunda-feira, por volta de meia-noite, na penúltima edição da festa Maldita. Depois de um bom tempo sem frequentar boates, eu demorei um pouco para me reacostumar àquele clima inferninho. Mas valeu a pena. A Maldita, que existe desde o final dos anos 1990, sempre foi a "nossa" festa, isto é, do meu grupo de amigos da faculdade. Criada e levada a cabo sempre por conhecidos, a Maldita manteve-se fiel ao seu inspirado slogan: "Comece a semana se acabando". Não é pra menos. Uma festa do mais puro indie-rock, sempre às segundas-feiras, começando às 23h30. É só para fortes. Se eu e meus contemporâneos éramos os habitués entre 1998 e, digamos, 2001, de lá para cá o público se renovou bastante, ficando sempre na faixa do pessoal de vinte e poucos anos, que pode se dar ao luxo de eliminar as manhãs de terça-feira de suas vidas.
A noite foi mesmo histórica. Todo mundo que não ia há tantos anos apareceu. Como escreveu um amigo num dos muitos emails trocados com as combinações de quem-vai-quem-não-vai, formou o "bonde dos sarcófagos". Lá pelas tantas a pista de dança lotou com a nossa turma, e eu até me emocionei. Parecia último capítulo de novela, quando todos os atores reaparecem numa grande festa -- inclusive aqueles cujos personagens morreram no decorrer da história. O clima era esse mesmo, até os fantasmas compareceram.
Eu me diverti horrores. Dancei muito (mesmo com a pista escura e o volume da música em níveis desumanos), abracei os amigos, cantei músicas há tempos adormecidas na memória (como Amigo Punk) e tive que sair à francesa na hora de embora, com medo de cair no choro se fosse me despedir de cada um.
OBS: A rigor, a última Maldita é na próxima segunda, mas como é no meio do carnaval, resolvemos antecipar a celebração em uma semana. Mas pra quem quiser ir, fica a dica:
2 comentários:
Gostaria.
Deu saudades das épocas de Madame Satã e Lôca (SP).
Tenho planos de embarcar nessa viagem, passar adiante grande parte de minha biblioteca, sobretudo a acadêmica, que não faz mais sentido hoje manter e pode ser útil a mais gente que ainda esteja na estrada.
Não sei como fazer preço, pensei em dar um valor só para todos os livros, o que vc acha, anna? Porque dá muito trabalho ver preço de um por um, há muitas variáveis, como eh que vc decidiu o preço justo de cada livro, pra mim é o mais complicado.
beijo,
clara
Postar um comentário