2.12.08

É a mãe! É a mãe!*

G. é minha grande amiga e comadre, e está entrando no oitavo mês de gestação. Temos muitas afinidades, é claro, em diversos assuntos, inclusive nessas lides de maternidade. Ela também é a favor de um enxoval anticonsumismo, não vai fazer as famigeradas lembrancinhas de maternidade, assim como eu vai herdar e pegar emprestado tudo o que for possível, e não vai fazer previdência privada para que o filho faça MBA e seja "um grande homem", como a criatura alguns posts abaixo.
Mas ontem, conversando nós duas, vejo como ela pretende fazer tantas coisas diferente do que eu fiz, em especial nos primeiros meses do bebê.
E mesmo assim, por um lado não enxergo isso como uma crítica tácita à maneira como lidei com essas situações; e por outro lado, não acho que ela esteja errada ao querer proceder como quer. Tenho certeza de que G. será ótima mãe. Em certos casos, a gente acerta até mesmo quando erra.
O que não quer dizer que toda mãe seja boa mãe apenas por ser 'a' mãe. Toda mãe é a única mãe que se tem, isso é certo. Pode haver 'co-mãe', como diz minha amiga B., 'co-mãe' de 3. Mas não se pode negar que há mães que fogem da raia. Mães que só querem ser filhas. E é inevitável que seja assim. Ser mãe -- stricto sensu ou lato sensu -- é uma encrenca danada. Não dá para fazer como meu amigo T., que, diante do caos da própria vida, disse para o irmão caçula e de vida (aparentemente) muito estruturada e bem-sucedida: "Chegou a hora de você virar o irmão mais velho." Sei lá. A maternidade é todo um estado de intensidade. Tudo é muito. Muito difícil. Muito bom. Muito muito. Muito.

*Isto é um palíndromo.
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Um comentário:

Anônimo disse...

É verdade, ana, nunca havia percebido que se trata de um palíndromo, que coisa. Adorei a história de mãe strito e lato sensu, se eu tivesse de ser uma talvez fosse lato, mas mesmo aí tenho sérias restrições a minha atuação materna. Sou basicamente uma educadora, mas a donzela que habita esta casa é jogo duro nos estudos, então acho que tb falhei nesse quesito. Enfim, não sei o que sou, talveza um palíndromo...
beijo,
clara