22.12.06

Como eu vejo o fim de ano

Sabe quando você faz, em um único dia, coisas suficientes para preencher o tempo de uns... quatro dias? Pessoas, conversas, emoções, coisas demais num intervalo pequeno de horas. Pois é. Dezembro é foda mesmo.

Entre as muitas coisas chatas desse calor de rachar catedrais é que ele vira monotema. É impossível entabular qualquer conversação com qualquer pessoa sem citar a dor e a delícia da nossa circunstância tropical. No elevador, no trabalho, na fila, no ônibus, no táxi, no supermercado, é um tal de “Que calor, hein?”, “Mas que calor é esse?”, “Tá terrível esse sol”, “Quente, né?”, etc. Saco. E o ar fica tão espesso que parece poder se cortado a faca. E o vento que sopra é quente. E eu, que odeio banho frio, quero tomar um e a água sai do chuveiro morna. E, incrivelmente, as pessoas parecem amar esta estação.
Estou quase com inveja da Maria, que escreveu sobre o solstício de inverno no norte da Suécia. (Eu disse “quase”.)

Junto com o calor aparecem também os cartões de natal. Aliás, os e-mails de natal, que cartão pelo correio ninguém mais manda, quase. Os cartões corporativos. Blé. Tem os que tentam ser engraçadinhos e não logram sucesso. Tem os religiosos, que me dão engulhos. Tem os completamente sem loção que pesam seis megabytes. Tem os que fazem um apanhado dos eventos do ano, as falcatruas dos políticos, o mensalão, os sanguessugas, o Pinochet. Ninguém merece. Eu não mereço.

E pra coroar esse cenário de alegria, tem os engarrafamentos constantes em volta da Lagoa por causa da porcaria da árvore de natal, atravancando o trânsito da cidade inteira.

A despeito do acima exposto, eu estou bem.

7 comentários:

Maria Fabriani disse...

então estamos quites porque eu também estou "quase" com inveja de você (eu disse "quase" também). sempre odiei o calor de dezembro e janeiro do Rio, sempre. E as pessoas que ficam repetindo "Puxa, que calor, hein?" parecem os nativos de Estocolmo que se esquecem todos os anos que fazem parte de um país escandinavo onde neva muito... Todo o final de ano é desastre por conta da neve lá no sul... somos todos, afinal, os mesmos. Só muda é o que se reclama.

Anônimo disse...

Anna querida, se cuida, muita agua faz bem.
Passei pra te deixar um grande beijo, de natal, de fim de ano, de alegria por ter te conhecido, de amizade, enfim - um beijão de SEJA FELIZ!

Maria Fabriani disse...

Anna, queria te deixar um beijo de feliz natal (apesar do calor daí e do frio daqui) e que 2007 seja um ano cheio de saúde e amor. Beijocas!

Anônimo disse...

Anna passei pra te deixar um beijao, aproveita as festas pra festejar ou pra descansar ou pra recarregar as baterias e que 2007 seja um ano de sucesso pra ti !

Das coisas mais chatinhas dessa época (além da neurose por compras) são as festinhas do trabalho, esse ano fugi, não dei as caras :-) Quanto ao frio e ao calor, eu gosto de Natal com neve e com pinheiros naturais, mas queria que o frio durasse só uma semana :-) Esse ano com o aquecimento, nem neve tem aqui, tá caindo chuva que congela no solo...tudo está como um rinque de patinação um perigo...Beijocas.

Mme. A. disse...

Estava pensando hoje mesmo a respeito desta necessidade do ser humano em se focar no canal de comunicação e abusar da função fática. Aqui na minha rua há um vigia que passa o tempo todo falando a respeito do tempo. Vai chover ou não, como anda o tempo na Noruega ou quem sabe na Bulgária. Ou então é a respeito de times de futebol. Hoje mesmo ele não se cabia de felicidade porque ia chover antes da hora do jantar de Natal.

Seres humanos...

E Dezembro é chato mesmo, tem esta coisa que todo mundo necessariamente deve mandar felicitações ou cartõezinhos, então é sempre a mesma coisa, de cor diferente.

Obrigada pelos comentários. Depois venho aqui com mais calma (de novo)...

Anônimo disse...

Gosto de dezembro. Exceto por tudo que você citou. Mas, sabe, devo estar apoaixonada... escrevendo bobagens.. e tendo visões: no meio do inferno do shopping Iguatemi em Salvador, o segredo maior a família, representada pela tríade Jesus-Maria-José. E juro que eu passei o Natal mais feliz.

anna v. disse...

Ana Lucia, eu também fugi da festinha do trabalho. E era o maior churrascão alto nível. Tipo, comi e parti, hehe, que horror.
mme. a., é isso mesmo, função fática, uma enorme necessidade de testar o funcionamento do canal. Uma preguiça danada, é o que eu sinto.
alena, deves mesmo estar apaixonada. Porque nesse estado tudo fica lindo, simpático e maravilhoso. uh-la-la...